O juiz aposentado Antônio Carlos Francisco falou sobre sua experiência frente ao curso de Direito da Unifev
Francisco fez um balanço sobre a experiência acadêmica
Karolline Bianconi
O juiz aposentado e ex-diretor do Fórum de Votuporanga, Antônio Carlos Francisco, deixou nesta semana a coordenadoria do curso de Direito da Unifev. Foram seis meses frente ao curso, que passa agora a ser administrado pela docente Nínive Pignatari.
Francisco fez um balanço sobre a experiência acadêmica.
“Apesar do curto espaço de tempo dedicado à coordenação do curso de Direito, foi maravilhoso. Foi gratificante ter tido contato com problema de cada aluno, indo desde aquele que não podia mais pagar o curso (mesmo com os incentivos) e o abandonava chorando, até aqueles relacionados à saúde, mas que perseveravam na busca da formação universitária”.
O desligamento com a Unifev, segundo Francisco, foi por exigência familiar. “Depois de 36 anos de serviço, 23 dos quais na Magistratura de São Paulo, os familiares acharam que eu não precisava continuar trabalhando tanto e queriam um pouco mais de minha companhia. Ponderei e entendi que tinham razão. Por isso, vou ficar só com a advocacia”, falou.
Francisco disse que todos os universitários sonham em ser juízes. “Mas sabem que não há muitas vagas, os concursos demoram para acontecer e é preciso ter três anos de prática jurídica em outra profissão. Assim, muitos tendem para a polícia federal. Outros preferem partir para a advocacia. É que, como jovens e idealistas que são, empolgam-se com a possibilidade de desvendarem crimes ou julgarem os casos. Dificilmente se encontra um estudante de Direito que desde já tenha a intenção de integrar o Ministério Público. São raros os que têm esse objetivo. Mas isso se deve às mesmas dificuldades em relação à magistratura, só que esta é mais sonhada”.
Pelo tempo que ficou na Unifev, Francisco pode vivenciar que os jovens possuem um mesmo ideal: mudar o mundo.
Com relação às provas da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Francisco comentou que a Unifev tem se esforçado muito para dar ao estudante todas as condições para alcançar esse objetivo. “Tem feito análises sobre onde está o problema que impede o aluno de se sair bem no exame da OAB e tem buscado soluções. Os estudantes não desanimam, embora saibam que é difícil”.