Um estudo do IBOPE Repucom divulgado na última quarta-feira, 25, confirma que a cerveja é a bebida da Copa do Mundo
A indústria cervejeira brasileira produziu 3,2 bilhões de litros da bebida apenas no segundo trimestre deste ano para aplacar a sede de torcedores durante a Copa do Mundo. O volume é 12% maior que o produzido no mesmo período do ano passado, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil), obtidos com exclusividade pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
“É como se tivéssemos substituído um mês de inverno por um mês de alto verão. É como tirar o mês de junho e ter dois meses de fevereiro no ano", explicou Paulo Petroni, diretor executivo da CervBrasil, que reúne as quatro maiores fabricantes da bebida no País, responsáveis por cerca de 96% do mercado: Ambev, Brasil Kirin, Grupo Petrópolis e Heineken Brasil.
Um estudo do IBOPE Repucom divulgado na última quarta-feira, 25, confirma que a cerveja é a bebida da Copa do Mundo. A pesquisa conduzida com superfãs de futebol no Brasil - aqueles que efetivamente vão a jogos e estão emocionalmente engajados com o esporte - mostra que 64% consomem cerveja habitualmente.
"Existe uma correlação muito forte entre a paixão pelo futebol e a paixão pela cerveja. A pesquisa mostra que a cerveja é a bebida do superfã de futebol e é a bebida da Copa do Mundo", disse o diretor-executivo do IBOPE Repucom, José Colagrossi.
O mundial de futebol vem impulsionando a indústria cervejeira desde o início de 2014. Após um desempenho ruim em 2013, quando a produção encolheu 2,6%, a proximidade da Copa voltou a animar o segmento, que apostou até em aumento da frota de caminhões para facilitar o escoamento da bebida.
Em março, a Man Latin American antecipou ao Broadcast que forneceria 314 caminhões à Ambev, a maior fabricante de cerveja do País. "A indústria começou o ano já na preparação para a Copa. Todos estavam apostando nesses números", diz Petroni.
De fato, a fabricação de cerveja aumentou 11,2% de janeiro a junho, em relação ao primeiro semestre do ano passado. Cerca de 40 mil caminhões foram encarregados de transportar a bebida de 52 fábricas para 1,2 milhão de pontos de vendas em todo o Brasil.
O aquecimento na demanda fez os preços ficarem mais salgados para os torcedores, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A prévia da inflação oficial de junho, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15), mostra que a cerveja comprada nos supermercados está 10,29% mais cara para o consumidor no mês do mundial do que há um ano. Em cidades-sede, como Salvador, o aumento em 12 meses chega a 25,09%.
No Recife, por exemplo, os torcedores estão pagando 19,85% a mais, e, no Rio, 16,88%. Se consumida em bares e restaurantes, está custando 13,18% mais.
Passado o evento esportivo, a expectativa é que demanda e fabricação de cerveja no País sejam reduzidas. No entanto, a Copa já garantiu uma boa perspectiva para o fechamento do ano. A CervBrasil estima que a indústria cervejeira brasileira terá expansão de 5,2% em 2014, caso o ritmo de produção no segundo semestre se mantenha no patamar do mesmo período de 2013.