Falta de estacionamento e desrespeito aos pedestres fazem parte do dia a dia de quem mora nas ruas que se tornaram eixos binários
Karolline Bianconi
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A implantação de novos eixos binários no trânsito da cidade não tem agradado a muitos cidadãos. Excesso de velocidade, falta de vagas para estacionamento e ausência de faixas de pedestre tornaram a vida de muitos bastante complicada. Tanto que os moradores do bairro Santa Luzia se organizaram e fizeram um abaixo-assinado para pedir providências na rua Bahia. Na última sessão da Câmara, o presidente da Casa, Eliezer Casali, disse que a via receberá radar fixo.
Rua Itacolomi
A aposentada Liduína Campanha, 70 anos, mora na rua Itacolomi, perto da Floriano Peichoto. Varrer a frente da casa, segundo ela, tornou-se muito perigoso. “Os motoristas ultrapassam com muita velocidade e a gente precisa ficar atento. A rua tornou-se muito arriscada”, falou.
A auxiliar administrativo Andressa Reis, 30, trabalha em uma casa também na mesma rua. Para ela, a mudança no local trouxe pontos positivos e negativos. “Ficou mais difícil para estacionar, mas por outro lado, trouxe agilidade. A rua ficou longa”.
O empresário Robson Megiani também se sente prejudicado. Ele é dono de uma empresa que comercializa gesso. A carga e descarga direta do material não podem ser feitas em frente ao estabelecimento. “Prejudica muito, pois não tem lugar para estacionar. A solução é utilizar a garagem do vizinho de frente para poder retirar os materiais do caminhão”. Ele contou que se pudesse voltaria o estacionamento dos dois lados.
Rua das Bandeiras
Apesar de ter sido alterada há alguns anos, a rua das Bandeiras hoje também traz queixas dos moradores da via. O analista de sistemas Ado Cardoso da Silva, 27, falou que a travessia de pedestres é muito perigosa. “Devido ao excesso de veículos, deve-se tomar muito cuidado ao atravessar a via, principalmente os idosos, porque ninguém para”, frisou. O jovem teme que um dia um motorista invada alguma residência.
Para ele, o único meio de conter a velocidade dos motoristas é mexer no bolso. “Tem que começar a multar. O dia em que tiver radar aqui, as coisas mudarão”, opinou.
Outro incômodo para Silva é que o veículo da família deve ficar nas ruas paralelas a das Bandeiras.
Para a diarista Eliane Santana, 33, muitos acidentes são registrados pela rua das Bandeiras, devido ao excesso de velocidade. “Os motoristas sobem como loucos. Quando cruza com a Alagoas ou Duque de Caxias, outro também está correndo e acaba tendo a batida”, disse. O grande fluxo, segundo Eliane, ocorre na hora do almoço e após as 18h.