Trabalho tem ajudado a garantir preservação do rio que alimenta a represa de captação
Leidiane Sabino
leidiane@acidadevotuporanga.com.br
Enquanto rios da região vivem momentos de preocupação devido ao baixo nível de água, Votuporanga ainda está tranquila com relação ao córrego Marinheirinho. De acordo com a Saev Ambiental (Superintendência de Água, Esgoto e Meio Ambiente de Votuporanga), o projeto “Vida ao Marinheirinho” tem contribuído grandemente com a preservação do rio que alimenta a represa de captação.
O “Vida ao Marinheirinho” preserva e protege as nascentes. Atualmente, o município tem 27 nascentes cercadas e preservadas, sendo 21 recuperadas dentro do projeto da ANA e seis pelos proprietários. Nos próximos meses será feita uma reprogramação para atender mais oito nascentes, totalizando 35.
O nível de água do córrego é considerado normal pela Saev. Isso deve-se à prancha de 50 centímetros que foi colocada no vertedouro da represa e a preservação das nascentes.
A Superintendência explica que risco de redução do nível de água sempre há, mas tem trabalhado para que não haja racionamento na cidade. Periodicamente, a Saev orienta a população sobre o uso consciente de água.
Região
Com a falta de chuva desde o começo do ano, o noroeste paulista vive uma das piores estiagens da história. Na região de Araçatuba (SP), por onde passa a hidrovia Tietê-Paraná, não chove há quase 100 dias. Com isso, o córrego Lafon, um dos afluentes do rio Tietê que passa pela zona rural do município, secou.
O que antes era um córrego hoje é apenas um fio de água. Embaixo de uma ponte galhos e até um veículo, que antes estavam submersos, estão expostos.
O rio Tietê também baixou cerca de cinco metros e diversos bancos de areia estão aparecendo. Em um ponto onde é captada a água que abastece 30% da população de Araçatuba a situação é preocupante, mas por enquanto não foi feita nenhuma mudança. Se a seca continuar, a água vai ter de ser bombeada do meio do rio.
Segundo o Instituto Agronômico de Campinas (SP), o período entre outubro de 2013 e março de 2014 foi o mais seco dos últimos 123 anos. O resultado é a redução no volume dos rios que banham a região, principalmente o Tietê, que em alguns trechos está com apenas um metro de profundidade, um terço do normal. A seca que atinge toda a região noroeste paulista é a pior das últimas décadas. Os reservatórios do sistema das hidrelétricas Ilha Solteira (SP) e Três Irmãos, em Pereira Barreto (SP), registraram os níveis mais baixos da história: 0%, de acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico. No ano passado, neste período, esse número era de 80%.
A estiagem afetou também o transporte de carga pela hidrovia Tietê-Paraná, que foi paralisado para que as barcaças não encalhem.