Ginecologista Ricardo Herbert Jones ministrou workshop ontem na Santa Casa, apontando que ainda existem receios para a escolha
Karolline Bianconi
karol@acidadevotuporanga.com.br
A Santa Casa de Votuporanga realizou ontem o 1º Workshop de Humanização de Parto e Nascimento, no Espaço Unifev Saúde. O ginecologista-obstetra e homeopata, Ricardo Herbert Jones, ministrou a capacitação.
O objetivo foi fortalecer e consolidar o trabalho de humanização do nascimento que teve início no ano passado, trazendo profissionais altamente qualificados com as mais novas técnicas e embasamento científico para este modelo de assistência obstétrica e neonatal. O público alvo envolveu médicos obstetras e ginecologistas, pediatras e neonatologistas, enfermeiros, doulas e estudantes dos cursos de Enfermagem e Medicina. Momentos antes do workshop, o médico conversou com a imprensa para falar sobre o assunto.
Incentivo
Para ele, o que falta para que as mulheres optem pelo parto humanizado está ligado à cultura e costumes, somado a falta de conhecimento sobre os benefícios para a mãe e o bebê. Ainda existe também o fator de que o avanço da medicina passa a sensação de que a cesárea é uma opção mais segura.
O médico exemplificou o contexto da escolha pela cesárea em primeiro lugar como quando surgiram no mercado alimentos para poder substituir o leite materno (mingaus e cereais), com a intenção de fazer com que a mulher pensasse que os produtos seriam mais eficazes.
“Existe uma fisiologia feminina e o que temos atualmente é a pior tecnologia que podemos oferecer. O parto natural tem mais vantagens para o corpo do que do ponto de vista psicológico da mulher”, destacou.
Outro exemplo usado por Jones foi o incentivo para a mãe dar ao seu bebê leite industrializado com o auxílio de mamadeira porque precisava voltar ao trabalho. “É o mesmo argumento quando se trata de cesárea e parto humanizado, passando a falsa impressão de conforto. Existem indícios de mortandade materna ocasionadas pelas intervenções cirúrgicas. Além disso, quando uma mulher opta pela cesárea todos os medicamentos que ela ingere são passados pelo leite; a mãe tem maior dificuldade em amamentar porque está anestesiada, etc. A maneira como nascemos molda o que nos tornamos”, acrescentou.