Fato ocorre no bairro Monte Verde, entregue em dezembro de 2012 pela CDHU; aluguel para terceiros e venda já ocorreram
Andressa Aoki
Karolline Bianconi
Os moradores do Residencial Monte Verde confirmam: ainda existem casas fechadas, ou seja, sem ninguém morando no local. Além disso, outros estão alugando as residências para terceiros ou colocando pessoas da família para ocuparem. Existem também aquelas casas que teriam sido vendidas em “contrato de gaveta”.
Temendo represálias, os moradores não se identificaram, mas falaram com o jornal A Cidade que os fatos ocorrem no bairro, desde que foi entregue, em dezembro de 2012.
Um pedreiro, que preferiu não se identificar, contou para a reportagem que trabalha numa construção do bairro. No mesmo quarteirão existe uma casa que está fechada e o proprietário somente vai até o local para limpar, com o objetivo de “disfarçar”. “Além disso, muitos estão alugando para outros morarem. Acho que quando a fiscalização descobrir essa situação deve fazer com que o sorteado fique sem o imóvel”, falou.
Outra moradora opina ser um absurdo alguém ganhar uma casa e tentar retirar vantagem. “É tão difícil conseguir um imóvel que seja seu e não sei como existem pessoas que não valorizam isso”, disse.
Outra pessoa também manifestou sua indignação em relação às casas fechadas. Segundo ela, uma família não quis morar na residência e decidiu colocar outra pessoa no local. “Teve denúncia sobre isso e a pessoa ficou de vez na casa”, falou.
Fiscalização
A reportagem do jornal A Cidade entrou em contato com a assessoria de comunicação da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) para apurar os fatos.
Em nota, a CDHU ressaltou que as unidades são destinadas ao uso residencial da família beneficiada. A Companhia orienta os beneficiados pelo programa habitacional a não venderem ou alugarem seus imóveis. Técnicos sociais da Companhia fazem trabalho de pós-ocupação, orientando os mutuários sobre os seus direitos e obrigações contratuais.
“Diante das novas denúncias de ocupação irregular no Conjunto Monte Verde, a CDHU fará mais uma fiscalização no local. Se for comprovada irregularidade, os mutuários receberão as medidas cabíveis previstas nos contratos”, destacou.
No ano passado, a CDHU e o Serviço Social do Município fizeram uma fiscalização ostensiva, com visitas domiciliares, aos mutuários das 18 casas tidas inicialmente como vagas ou com ocupação irregular. Eles foram notificados para prestar esclarecimentos e tiveram suspensos os subsídios nas prestações do imóvel. Os moradores procuraram a Companhia e atestaram, inclusive através de declarações de moradores do conjunto com firma reconhecida, que residiam nas unidades habitacionais. Foi efetuada, então, a reinclusão dos subsídios nas prestações.