Votuporanguenses pagaram em tributos até a tarde de ontem o que daria para colocar mais 10 mil professores em sala de aula
Leidiane Sabino
leidiane@acidadevotuporanga.com.br
O Impostômetro da ACSP
(Associação Comercial
de São Paulo) registrou a marca de R$ 1 trilhão ontem, por volta das 11 horas. Esse é o montante desembolsado pelos brasileiros desde 1º de janeiro de 2014 para pagar impostos, taxas e contribuições para União, Estados e municípios. Os paulistas pagaram até ontem mais de R$103 bilhões e os votuporanguenses mais de R$134 milhões em impostos. No mesmo período do ano passado, os tributos pagos pelos moradores da cidade somaram R$120 milhões.
Neste ano, o valor de R$ 1 trilhão chega 15 dias antes do que em 2013, indicando aumento da carga tributária.
Para Rolandinho Nogueira, empresário votuporanguense e vice-presidente da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo), os números mostram o significativo aumento da carga tributária, justamente em um ano de desaceleração econômica, com previsão de crescimento de menos de 1%. “Um pouco antes da existência do Impostômetro e também da divulgação dos tributos nos cupons fiscais, 80% da população dizia que não sabia que pagava imposto. Quando questionados, os moradores falavam que pagavam IPVA (Imposto Sobre a Propriedade de Veículos Automotores), mas não sabiam dos outros. Ficava a impressão que somente o empresário que contribuía”.
De acordo com Rolandinho, a Facesp e outras instituições cobram a redução destes tributos. “Devem passar pela Federação os candidatos a governo do Estado de São Paulo e também a presidente da República. Vamos lembrá-los que o país está cada vez mais caro para os brasileiros e o retorno de todos estes recursos não é visto”.
Sobre a situação dos municípios, Rolandinho disse que é muito complicada. “Eles ficam com a menor parte deste bolo. Sendo que é justamente na ponta, nas cidades, onde estão os que mais precisam. Grande parte dos recursos fica com a União. Está errado. Temos que cobrar e aproveitar este período eleitoral para saber em quem votar e quem está preocupado com a situação. A Facesp trabalha pesado nesta questão, mas chega um ponto em que só os governantes podem decidir”, finalizou.
O presidente da ACSP, Rogério Amato, destaca que a arrecadação cresce mais do que a economia brasileira. “O contribuinte paga muito e, em contrapartida, não tem um retorno compatível - os serviços públicos deixam a desejar”, diz Amato, que também é presidente da Facesp e presidente-interino da CACB (Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil).
Recurso destinado pelos votuporanguenses em impostos poderia ser investido em uma destas opções:
Construir mais de 117 quilômetros de asfalto de estradas
Pagar mais de 198.369 salários mínimos
Adquirir mais de 122.267 geladeiras simples
Construir mais de 467 postos de saúde equipados
Construir mais de 2.800 postos policiais equipados
Comprar 112.078 notebooks
Contratar mais de 8.345 policiais por ano
Construir mais de 1.462 quilômetros de redes de esgoto
Fornecer mais de 960.672 bolsas família
Comprar mais de 67.247 TVs de Led
Contratar mais de 10.082 professores do ensino fundamental por ano