Reportagem flagrou homem dormindo na Concha Acústica no domingo; Prefeitura oferece oportunidades para estas pessoas
Karolline Bianconi
karol@acidadevotuporanga.com.br
Votuporanga tenta, mas ainda não consegue tirar pessoas em situação de risco das ruas. E ações não faltam por parte do poder público: programas para reinseri-los no mercado de trabalho e locais apropriados para a estadia são oferecidos, mas alguns optam pela insegurança das ruas.
Apesar de não existir um levantamento que indique qual a quantidade de pessoas que atualmente estão nestas condições, o jornal A Cidade percorreu pontos onde é comum encontrar moradores de rua.
Na manhã do último domingo, por exemplo, um deles estava dormindo no palco da Nova Concha Acústica, espaço que seria utilizado pelas crianças das escolas municipais em ato cívico. Após momentos de espera, o homem acordou, pegou sua mala que havia servido de travesseiro e dobrou o cobertor. Sem ter um rumo a seguir, o homem, que aparentava ser jovem, ficou na arquibancada para assistir a apresentação.
Presença desagrada alguns moradores
O lavador de carros, Isaías Antônio dos Santos, 47, trabalha em um posto de combustível da cidade. No estabelecimento ficam dois moradores de rua, que utilizam o espaço para dormir e fazer refeições.
Até agora, a única crítica que ele e seus amigos de trabalho fazem sobre o fato é que a presença dos moradores deixa o ambiente do estabelecimento desagradável. “Ninguém fica pedindo dinheiro aqui, mas é feio, fica estranho a presença destas pessoas”, falou.
Elisabete Mantovani tem uma banca de revistas e jornais na praça da Matriz. Segundo ela, existiram épocas onde o fluxo dos moradores de rua era intenso, diferentemente dos dias atuais. Ela acredita que a presença da Polícia Militar, através da Atividade Delegada, inibe a fixação destas pessoas na praça.
“Durante o dia é difícil encontrar alguém que esteja dormindo aqui na praça, porque a PM inibe. Já à noite, não sei”, falou.