Em vários bairros, moradores desrespeitam a lei municipal, não usam os serviços disponíveis e prejudicam o meio ambiente
Jociano Garofolo
garofolo@acidadevotuporanga.com.br
Dois Ecotudos (com um terceiro nos planos), coleta de casa em casa acionada pelo telefone, coletores de recicláveis percorrendo toda o município, ecopontos. São várias as opções oferecidas pelo município para a população solucionar o problema do lixo e cuidar bem do meio ambiente. Mas o que se vê é que o desrespeito corre solto, e lixões clandestinos se proliferam por toda a cidade.
A reportagem do A Cidade percorreu bairros em todas as regiões da cidade, e não teve dificuldade em localizar esses pontos de descarte irregular, alguns deles a menos de dois quilômetros de uma unidade do Ecotudo. É o caso de um terreno na rua Thomaz Paes da Cunha Filho, ao lado da Vila Ipiranga. Um terreno baldio, entre as casas recém-inauguradas, é usado para jogar entulho e até móveis velhos.
Perto dali, no início da estrada de terra que liga ao bairro rural do Cruzeiro, um enorme lixão tomou conta ao lado da linha férrea. Até vasos sanitários foram descartados, criando várias situações de criadouros do mosquito transmissor da dengue. Para piorar, a população ainda ateia fogo ao lixo.
Também naquela região, ao lado do Residencial Athenas, onde já houve aplicações de multas pela fiscalização da Prefeitura, em flagrantes de descarte irregular, a quantidade de lixo diminuiu, mas não cessou. O técnico em meio ambiente Paulo Chagas, que mora nas proximidades conta que está revoltado com a situação. “É uma pouca vergonha. O mesmo trabalho que a pessoa tem de vir jogar o lixo aqui, que leve ao Ecotudo. Tem nos dois extremos da cidade e será muito bem atendido”, afirma.
Na região Norte da cidade, mais sujeira. As ruas finais do bairro Pró-povo, paralelas à uma mata são locais preferidos dos moradores. Na travessa Bem-te-vi, lixo doméstico se dissolve no meio ambiente, dividindo espaço com móveis e entulho. Sofás velhos e muito lixo são encontrados por toda a extensão da rua Chukichi Kakuda, no Colinas.
Mas talvez o caso mais emblemático do descaso está em um terreno ao lado da estrada Nelson Bolotário (Subida da Morte), onde ainda nesse semestre, será instalada a unidade Oeste do Ecotudo. Sob uma placa com os dizeres “Não jogue seu lixo aqui, leve seu lixo ao Ecotudo”, desconhecido jogaram vasos sanitários, garrafas de vidro, papéis de escritório de fábricas e vários outros tipos de detritos.
Saev
Em entrevista, o gestor de Meio Ambiente da Saev Ambiental, Gustavo Gallo, afirmou que são várias as ações da Administração Municipal para coleta seletiva de lixo, e principalmente, opções para o descarte de detritos oferecidas para a população. Tanto que Votuporanga recebeu em 2014, a segunda colocação no Estado como Município verde/azul, que avalia entre outros fatores as ações para esse tipo de problema. Para ele, aquele que não respeita o ambiente onde vive não respeita a si próprio, os familiares e nem a casa onde mora, já que os males causados pelo lixo afetam a todos. “Eu acho que não tem desculpa você fazer uma coisa contra o meio ambiente e contra você mesmo. Quem desrespeita a lei, suja a cidade e deixa a situação perigosa para sua própria vida.
