Macetão é acusado de fazer pressão no Executivo, antes do processo contra Eunice
A Câmara de Jales tem 60 dias para avaliar um pedido de cassação do mandato de André Ricardo Macetão, o vereador acusado de fazer pressão no Executivo, antes do processo que terminou com o mandato da prefeita Eunice Mistilides Silva cassado. A polêmica começou depois que uma gravação foi divulgada em que a voz atribuída a ele diz ter poder na Câmara para definir a votação, além de citar nomes de vários vereadores e políticos da cidade em manobras em criações de comissões, e de tentativas de contratar empresas para o poder público.
Na primeira sessão depois do escândalo, o vereador André Ricardo Macetão assumiu que a voz da gravação é dele, mas diz que mentiu durante toda a conversa em que cita vários vereadores e ex-representantes políticos de Jales em tentativas de esquemas para a contratação de empresas pelo serviço público. Ele se retratou durante 20 minutos em sessão na Câmara. “Nesse momento, vou utilizar o microfone desta casa de lei para, primeiramente, fazer um pedido de desculpas formal a todos aqueles que se sentiram ofendidos pelo teor das gravações. Aquilo é tudo mentira, mentira da minha parte, o ex-secretário agiu de má fé, de forma premeditada, me induziu a falar de assuntos inverídicos, falsos”, afirmou o vereador durante a sessão.
A versão do ex-secretário do governo Nice, que teria feito a gravação é bem diferente. Aldo Nunes Sá diz que a conversa teria sido um pedido do vereador. “Ele ligou no meu celular, com isso gravei e comecei a ouvir o que ele tinha para falar”, disse o ex-secretário.
Os vereadores se uniram para dizer que não compactuam com as declarações de Macetão, e que não houve nenhuma irregularidade no processo de cassação da prefeita. “A Câmara tem sido imparcial, a Câmara é responsável com o que faz”, disse Gilberto de Moraes, presidente do Conselho de Ética.
Agora quem responde a um pedido de cassação é o próprio presidente da comissão processante. Um requerimento pede que a Câmara investigue possível quebra de decoro parlamentar. O denunciante é Luiz Especiato, ex-vereador da cidade que teve o nome citado na gravação.
O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar terá 60 dias para analisar a denúncia e apresentar um parecer aos demais parlamentares, que devem votar para decidir se Macetão continua ou deixa o cargo.