Gustavo Gallo também falou sobre a importância das nascentes para o desassoreamento da represa da Saev Ambiental
Gestor de Meio Ambiente, Gustavo Gallo Vilela esteve no Jornal da Cidade, da Rádio Cidade
Isabela Jardinetti
isabela@acidadevotuporanga.com.br
O gestor de Meio Ambiente da Saev Ambiental, Gustavo Gallo Vilela, esteve ontem no Jornal da Cidade, da Rádio Cidade, para falar sobre a importância do uso consciente da água. Dados da ONU (Organização das Nações Unidas) apontam que a água é um recurso natural, mas tem fim, com um alerta de que 40% da água que existe em todo o mundo pode desaparecer até 2030, principalmente se for feita uma exploração além do limite.
“Realmente esse ano o dia mundial da água está repercutindo muito, por causa do momento que estamos passando. Por causa da crise hídrica que está afetando locais como o sul e sudeste, regiões ricas do país. Então realmente esses dados são para refletirmos e tomar atitudes conscientes”, disse Gallo.
O relatório da ONU diz ainda que a água é um recurso cada vez mais escasso, e que 10% da população mundial ainda não tem acesso a água potável, o equivalente a 748 milhões de pessoas. “Esses dados sempre são alarmantes. Além desses que não têm o acesso, existem mais de 2 bilhões de pessoas que tem o acesso mínimo. Pode ser que a água não acabe, mas que ela fique imprópria para o uso e para o consumo, essa é a nossa maior preocupação”.
O gestor acredita que tudo que está acontecendo no estado, principalmente na capital, serve como um alerta para a cidade. “Mesmo com a nossa realidade sendo diferente do que em São Paulo, as pessoas estão com mais consciência. Ainda há desperdício sim, mas isso tudo serve para a população votuporanguense usar a água com mais responsabilidade”.
Em Votuporanga, atualmente, a Represa da Saev Ambiental trabalha com sua capacidade em 50cm acima do normal. “Hoje trabalhamos com certa folga, as chuvas vieram de uma maneira regular e com bastante volume, mas não é só isso. Lembramos que em 2014 tivemos uma seca, e aí o projeto de recuperação das nascentes começou, o nosso projeto de planejamento de cuidar não só da represa, mas de tudo que alimenta ela, pois é um sistema todo interligado”, contou.
O córrego do Marinheiro, que abastece a represa surgiu de várias nascentes, algumas estão no perímetro urbano. “Já são 36 nascentes georeferenciadas, por meio de GPS. Na verdade já estão aparecendo outras, pois conforme vão se recuperando, as demais vão ressurgindo. Hoje o abastecimento é feito pela represa e mais dois poços profundos. Porém, a represa ainda é o coração do abastecimento, e o que nos fez seguir os passos corretos foi saber que a represa está assoreada. Isso não é novidade para ninguém, mais de 40% a 50% da represa está com areia no fundo”, contou.
Gustavo disse que quando o prefeito Junior Marão assumiu a Prefeitura, já havia o pedido do desassoreamento da represa. “Precisamos primeiro recuperar essas nascentes, senão o trabalho seria perdido. Por isso temos hoje, de 80% a 90% da bacia acima da represa recuperada, a cerejinha do bolo foi essa nossa ação em conjunto com a ANA (Agência Nacional de Águas), em remunerar esses produtores rurais para cuidarem das nascentes”.
Ao final da entrevista, o gestor também orientou a população sobre o uso consciente da água. “A economia na verdade não desonera ninguém, muito pelo contrário, onera, com uma conta de água mais barata. Peço que não joguem óleo de cozinha no ralo da pia, pois isso é muito importante também. E convide seu vizinho e sua família para fazer o mesmo, Votuporanga fazendo sua parte, os municípios vizinhos e todo o Brasil também, vamos ter uma tranquilidade e não entrarmos nesses números alarmantes”.