Representantes de setores da Saúde, da Saev Ambiental e Secez se reuniram com vereadores
Isabela Jardinetti
Como a dengue todos os anos é uma realidade constante em Votuporanga, a busca por ações de combate ao mosquito são implantadas sempre que necessário. Por intermédio do vereador Edilson Batista, a plantação da crotalária deverá começar em breve no município. Uma reunião na Câmara reuniu ontem, representantes da Saúde, Secez e Saev Ambiental para entrar em um consenso sobre o assunto.
Edilson esteve recentemente em Andradina, onde já existe vários locais em que a planta foi inserida. “Com essa ação, lá eles diminuíram drasticamente os números de casos de dengue de um ano para o outro. Por isso fui até lá conhecer e gostaria que fosse implantado aqui em Votuporanga”, afirmou Edilson.
O coordenador do Secez (Setor de Controle de Endemias e Zoonoses) Nilton Cesar Santiago disse que apesar de não haver nenhuma prova científica da eficácia da planta, todas as possibilidades devem ser cogitadas. “Depois do relato da nossa viagem para Andradina, muitas pessoas nos procuram querendo saber quando vamos distribuir as sementes para o plantio”, contou.
O gestor de Meio Ambiente da Saev, Gustavo Gallo contou que fez uma pesquisa sobre a planta e não encontrou em nenhum local o efeito comprovado da crotalária. “Minha preocupação é que com a planta em casa, o morador se esqueça de fazer a sua parte em combater os criadouros do mosquito, que até então é a única forma comprovado de combate à dengue”, disse.
A bióloga da Saev, Simone Neiva Rodella falou sobre possíveis impactos ambientais se houver o plantio da crotalária sem estudos. “Temos que fazer algo com muita seriedade, qualquer espécie introduzida em grande escala pode trazer algum incidente biológico”.
Simone sugeriu que seja feita uma parceria com a Unifev, com alunos do curso de biologia. “Se montarmos um grupo de estudo, pegar algumas áreas de maior incidência da dengue na cidade e plantar e ir acompanhado o passo a passo do desenrolar, como a vinda das libélulas, é algo mais consciente”, disse.
Conscientização
Um fator que não deixou de ser apontado durante a reunião foi a importância de alertar a população de que a crotalária não é a única maneira de impedir o mosquito da dengue. “A maior eficácia é o combate dos criadouros.
A diretora das vigilâncias de saúde de Votuporanga, Maria Davanço falou sobre o medo das pessoas acharem que só a planta é suficiente para controlar a doença. “A dengue tem um ciclo de cinco anos, em um não afeta muitas pessoas, no outro é maior o número, no outro maior ainda, até que se eclode as epidemias, como este ano, em que vivemos o pior índice de infecção nos últimos 20 anos. Então, é uma faca de dois gumes, para plantar vamos precisar de dinheiro, pois é um investimento, mas não é só pensar no verde e amarelo da planta, tem que haver conscientização da população que esta é só mais uma medida”, disse.