O programa foi desenvolvido pela Prefeitura, em parceria com o Ministério da Saúde, Instituto Adolfo Lutz e a Unifev
Da Redação
Na tarde ontem, durante uma coletiva de imprensa na Câmara Municipal, foram divulgados os resultados das ações e projetos de combate à leishmaniose em Votuporanga. Na ocasião, os biomédicos Roberto Hiramoto e José Eduardo Tolezano, do Instituto Adolfo Lutz, de São José do Rio Preto, junto ao veterinário da Secretaria Municipal de Saúde, Élcio Sanchez Estevez Júnior, mostraram que o índice de transmissão da leishmaniose caiu de 13, 3% para 6,1%, após o início do projeto de encoleiramento na cidade, e sem morte de pessoas registradas.
De acordo com o biomédico Roberto Hiramoto, existe um preconceito da parte da população com relação aos testes realizados pelo estado. “É importante destacar que são realizados dois testes no instituto, o rápido e o mais aprofundado. Nós temos uma preocupação muito grande na realização desses exames para que não dê nada errado. As pessoas preferem os particulares, mas lá normalmente é feito apenas um teste, a chance de sair algo errado é muito grande”, disse.
O biomédico José Eduardo Tolezano complementou dizendo que existe um sentimentalismo muito grande com relação a doença. “Ninguém quer que o seu animal seja sacrificado, mas infelizmente o cão é a única fonte para o mosquito, não há nenhuma outra maneira, que é comprovada cientificamente, para acabar com a doença no cão”, disse.
O vereador Jurandir Benedito da Silva, o Jura, ressaltou que a população precisa entender o trabalho que é desenvolvido pelo Ministério da Saúde. “Acrescentando o que o José Eduardo disse, tanto eles, como nós, vereadores, não somos contra os animais. É preciso de algo cientificamente comprovado para acabar com a doença, e hoje não há”, disse.
O veterinário da Secretaria Municipal de Saúde, Dr. Élcio Sanchez Estevez Júnior, disse que é constantemente difamado, por praticar a eutanásia em animais contaminados. “Queria que a população entendesse que nós, profissionais, somos os que mais queremos uma cura, uma solução para essa doença, mas no momento o controle funciona dessa forma. A coleira é hoje a única medida eficaz que, comprovadamente, protege o animal”, disse.
O encoleiramento de cães, juntamente com o manejo ambiental, reduziu em mais da metade a quantidade de cachorros com a doença. Em 2012, 18,6% dos cachorros testados estavam com a leishmaniose e houve 25 casos em humanos e oito óbitos. Em 2013, o índice de cães infectados aumentou para 29,7%, 21 casos humanos e quatro mortes. No ano passado, o índice de animais foi para 13,3%, após o início do projeto de encoleiramento, com 11 casos humanos e uma morte. Já esse ano, o índice de transmissão caiu para 6,1%, com três humanos infectados e nenhuma morte.
O Programa de Combate à Leishmaniose Canina foi desenvolvido pela Prefeitura de Votuporanga, em parceria com o Ministério da Saúde, IAL (Instituto Adolfo Lutz) e a Unifev durante 2 anos. O objetivo da ação foi realizar estudo para manter o controle da doença no município. A verba garantida para o cumprimento das ações foi de R$ 2,5 milhões.