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Apesar da temporada de chuva, última semana foi quente nos bastidores do poder de Votuporanga. A “velha guerrinha” em torno da polêmica abertura dominical dos supermercados surgiu. E, para surpresa de todos, veio o anúncio do fechamento dos mercados.
Conheço bem essa história. É herança da tal Americanas. De um lado, os empregados, insatisfeitos com a remuneração e jornadas exaustivas. Daí a justa briga do sindicato dos trabalhadores.
Na outra ponta, nós, consumidores, a cidade como um todo. Evidentemente, ninguém gosta de trabalhar aos domingos. Até Jesus Cristo descansou depois de criar o mundo.
Por isso, a solução adotada foi precipitada. Do nada, em uma entrevista coletiva - após reuniões entre os sindicatos, comerciantes, políticos - os dirigentes sindicais e patrões anunciam a medida.
Resolveram o problema - se é que resolveram - do Santa Cruz, do Porecatu e dos empregados. E nós? Já que a solução é tão fácil, esperamos uma resposta.
Convenhamos, sem shopping, os mercados aos domingos são as opções de compras e até motivo para uma saidinha de casa, a salvação do almoço, o anjo da guarda dos churrascos e a bênção para a cachaçada fora de hora.
Enfim, como praticante de todos esses hábitos estou profundamente arrasado. Hoje, provavelmente, terei de ir a Fernandópolis ou a Rio Preto para renovar o suprimento de comida (e bebida) de casa.
Repito, é justa a tese dos empregados. Trabalho aos domingos tem de ser muito bem remunerado, isso é garantido pela legislação trabalhista.
O foco aqui não é o mérito da discórdia entre patrão e empregado, para isso existe lei, fiscalização, etc. O detalhe está no efeito dela. Mas como toda moeda tem dois lados e a cidade é recheada de gente competente nos poderes, continuamos na espera de um final feliz. Ah, acabam de me dizer que em Álvares Florence, Cosmorama, Valentim Gentil e outras cidades aqui perto os supermercados abrem aos domingos. Lá, comerciantes, empregados e os moradores estão satisfeitos. Quem sabe podem nos dar dicas para resolver esse impasse.
José Luiz Lançoni - jornalista
