Os que conhecem, têm convivido e participado com este articulista em inúmeras ações públicas e comunitárias, sabem que não compactuo com ciumeiras políticas e não aprecio papagaios de pirata, ou seja, aproveitadores de situações, oportunistas para o bem próprio. Infelizmente eles existem, porém, aqui em Votuporanga onde a grande maioria das pessoas, sejam elas de poucas ou muitas posses, conseguiu até hoje uma união profícua em defesa dos interesses de todos e, com isso, a cidade oferece maiores oportunidades e benefícios que muitas outras do mesmo porte espalhadas pelo nosso Brasil.
Convivendo numa cidade com estas características, fica muito difícil ter de repetir assuntos que já deveriam ter ficado na “poeira da estrada”, só que não é isso que ocorre em relação a determinadas coisas. O caso da Euclides da Cunha está provocando um desgaste emocional na coletividade. Felizmente, e vejo isto de forma bastante positiva, muitas pessoas começam a se manifestar de forma séria, reclamando do descaso do governo estadual, com essa via de locomoção e transporte que já vitimou tantas pessoas. Que continuem falando e escrevendo, pois, não podemos esmorecer, caso contrário seremos ludibriados por muito tempo ainda. E, é bom deixar claro aos vestais do Estado, que nada temos com a briga fratricida que estão travando e, que se matem e se resolvam entre eles e, com isso, não provoquem que os nossos morram na estrada.
Conhecedor de como o relacionamento é feito em algumas esferas político-administrativas, não posso exigir do Juninho e do próprio Carlão que batam de frente com os tais de vestais, pois, se isso acontecer poderão ter as portas fechadas e serem retaliados em suas demandas, que são as nossas.
Mas não custa lembrar que estamos sendo governados por uma boa parte de pessoas muito ligadas a uma tal de República do Vale do Paraíba. É importante dizer que nada temos contra o sistema de organização política do pessoal do Vale, quase que constituindo um estado à parte do nosso, mesmo porque ali também vivem seres humanos que necessitam de benefícios.
Visto o panorama desta forma e procurando copiá-los, os do Vale, porém, sem termos densidade eleitoral e sem uma quantidade substancial de representantes por falta do voto distrital, só nos resta começar a pensar em formar uma boa “turma” por aqui. Para não dizer estado e muito menos república, poderíamos nos denominar, tal como na Suíça, de Cantão do Grandes Lagos. Talvez algum dia até com governo próprio e representantes diretos em Brasília. Penso que Votuporanga, Rio Preto, Araçatuba, Prudente, Jales e todas as outras poderiam sonhar com isso. Não me chamem de desajuizado, apenas de sonhador.
Para que algum dia alguma coisa possa acontecer, está mais que passado da hora da região fazer como os bons amigos e vizinhos: “juntar as panelas”, formar uma força regional de reivindicações planejada e elaborada, com iniciativa das Câmaras Municipais, a exemplo do que está tentando o Meidão, com as Associações Comerciais, clubes de serviço e todos os segmentos que possam exercer força e pressão moral. E, tudo isso, já.
O prefeito Juninho já realizou uma primeira reunião de lideranças, bem sucedida. Vou lançar aqui um novo desafio, não ao Juninho que tem de ficar atento às suas realizações, mas que ele permita que o Walter, seu vice, que possui disposição e bom trânsito regional, junto do Meidão e colegas e, do Albertinho de Alvares (AMA), reativem as lideranças e, se for preciso, “chutem o balde”.
Nasser Gorayb é comerciante e escreve neste espaço aos sábados - nasserartigo@terra.com.br