A copa do mundo de 2014 está chegando, e ao contrário do que a maioria pensa, está tudo dentro do cronograma.
Foi programada a construção de obras faraônicas nos mais remotos lugares do Brasil, e elas vão acontecer. Foi programada a construção de um estádio de futebol para o Corinthians com o dinheiro do BNDES, e a construção já começou, como se já não bastasse o Morumbi que foi doação do então governador Laudo Natel, temos que ter outro estádio com a bênção do Lula.
As grandes capitais brasileiras terão estádios modernos, para um futebol pífio, que não consegue manter seus clubes. Os políticos já estão todos apostos para superfaturar tudo, pois na república tupiniquim o lema é “quanto mais, melhor”.
Na última semana a presidente ou presidenta Dilma, como ela gosta de ser chamada, defendeu o sigilo do orçamento que consta na medida provisória aprovada pela Câmara dos Deputados na noite da última quarta-feira (dia 15) e que prevê a manutenção em segredo de orçamentos feitos por órgãos federais estaduais e municipais para o regime de contratação especial das obras da Copa do Mundo. Segundo a presidente, o regime especial foi “discutido amplamente” entre governo e os órgãos reguladores e “faz parte das melhores práticas da OCDE e da União Europeia”. Ainda segundo ela, após o processo licitatório ser finalizado, “você explicita o orçamento” para a população. Ah tá!
Seria, a grosso modo, se um pedreiro construísse uma casa, e não contasse para o dono, o valor do orçamento, e ao final de tudo, o mesmo recebesse bem explicadinho os gastos. Agora eu entendi, é que eu estava achando que eles queriam superfaturar em paz, sem o risco de nenhuma intervenção da oposição. Se bem que a oposição também gosta muito de uma propina, e eu acho que não iriam estragar a festa, afinal a copa do mundo no Brasil, será maravilhosa para o país, exemplo visto vemos na África do Sul, que está vivendo um momento de grande progresso com seus estádios vazios que ninguém quer administrar.
O tema é tão auspicioso, que até o Geraldo Alckmin concordou com a Dilma, numa demonstração de sintonia administrativa ímpar, digna de grandes estadistas, que sempre procuram o bem da população, e a total transparência de seus atos. E no pacote também aprovou o silêncio total dos atos políticos e administrativos do passado, afinal para que mexermos em merda seca não é mesmo?
O jeito será após a copa, assistirmos jogos de Nacional e São Raimundo no estádio Vivaldão em Manaus, com capacidade para 50.000 pessoas, ou então Mixto e Operário no estádio Verdão em Cuiabá, com capacidade para 47.000 pessoas dentre outros campeonatos emocionantes Brasil afora.
Quem sabe o torcedor possa acender um belo cigarro de maconha, que a grande maioria dos políticos é favorável, e ficar chapado curtindo a liga brasileira de futebol, pela Rede TV, com comentário do Ronaldão, tudo numa boa. É lastimável.
Antônio Lima Braga Júnior - toninho.braga@hotmail.com - Votuporanga