Semana passada comentei por aqui que as benesses públicas são pagas pelo povo, direta ou indiretamente. Os movimentos que estamos assistindo na Europa e, principalmente, na Grécia, são consequências de atitudes tomadas anteriormente pelos governos, sem a devida previsão do famoso: “quem paga?”. Esses movimentos, iniciados sempre pelas redes sociais, movidos pelos jovens e intitulados de “indignados” têm sua razão de ser. Em muitos daqueles países houve abuso das facilidades e dos resultados obtidos além mar, porém, se esqueceram que outros estavam se preparando e já não exportavam tanto as riquezas que proporcionavam a “farra do boi” por lá. Agora chegou a hora da realidade e, os jovens, sentindo isso na pele e no bolso, clamam por reformas e trocas de mandatários. Até onde isso vai chegar não sabemos. Temos, isto sim, que torcer para que no meio desses jovens não existam aqueles que se aproveitando dos movimentos tornem-se “profissionais” do negocio, como aconteceu por aqui há muitos anos. Basta o prezado leitor verificar nossa história para perceber que existem muitos por ai, nesse nosso Brasil, que nunca trabalharam, não correram nenhum risco empresarial e, hoje, são manda chuvas. Procure que vai achar, é fácil.
Por tudo isso, não podemos deixar de alertar os bem intencionados do nosso Brasil, jovens ou adultos, para que atentem para os benefícios concedidos pelos governos e, se perguntem, ao perceberem a grande quantidade: - dentro de alguns anos quem vai pagar a conta? E, lembrem-se, sem medo, que os próximos anos já estão aì. Quem já passou o tempo sabe disto. Portanto cuidemo-nos agora, para não ficarmos indignados no futuro.
E, pensando bem, a solução não é muito difícil, pois, qualquer bem intencionado saberia que um dos caminhos é fechar as torneiras das bagunças e, para que isto aconteça, uma reforma política que colocasse os caciques em seus devidos lugares, ou seja, fossem destronados, abriria oportunidades para o surgimento de novas e boas mentalidades. Seria isto um sonho? Creio que não, basta que o povo saiba se movimentar pacifica e democraticamente.
Vejam o caso de Votuporanga, que está “explodindo”, no bom sentido, demográfica e territorialmente. Podemos dizer que estamos vivendo um sucesso de desenvolvimento. Por outro lado, qual benefício que o Governo Estadual está abrindo para que venham para cá empresas que possam oferecer bons salários, permitindo a sustentabilidade desse nosso desenvolvimento? Não podemos permitir que todo esse esforço de nossa comunidade se perca no futuro, por falta de oportunidades de trabalho a todos que aportam por aqui. A exemplo da Euclides da Cunha esta é uma nova luta que devemos travar, inclusive dando todo apoio ao nosso Prefeito Juninho e ao nosso Deputado Carlão, para que possam exigir das autoridades contrapartidas eficientes.
Mas, mudando um pouco o papo, quero, mais uma vez, cumprimentar dois ótimos amigos de vida que estarão aniversariando amanhã. Dois daqueles que moram aqui em Votuporanga há muitas décadas. Temos sido colegas desde nossa infância e temos as mesmas idades, eu sou mais novo uns poucos dias. Acontece que um deles diz ter dez anos menos, porém, fazendo umas continhas matemáticas, daquelas que em nosso tempo eram ensinadas, vamos verificar que a coisa não é bem assim. Estou falando do Dr. Jesus Silva Melo e do Adherbal Gallo. O último diz que é mais novo, mas, vejamos: entramos para o grupo escolar em 1946, com idade mínima exigida de 7 anos, portanto, há 65 anos, que somados aos 7 resultam em 72, o que nos permite fazer neste ano os nossos 73. Se alguém, em 1946, tivesse 10 anos menos não teria nascido ainda. Pelo visto nosso querido amigo Adherbal está mesmo igual a gente. E, que bom que seja assim, vivemos toda uma vida de amizades, de amor por essa cidade, fazendo o que podíamos, mesmo que, quando jovens fomos, também, contestadores e criticávamos os mais idosos, dizendo que estavam “velhões”, como a gente, agora. Hoje, verificamos que devíamos tê-los ouvido mais. Parabéns e felicidades meus queridos amigos.
Nasser Gorayb é comerciante e escreve neste espaço aos sábados - nasserartigo@terra.com.br