Vivemos hoje a era do imediatismo, do individualismo, dos relacionamentos descartáveis. Ninguém tem compromisso com ninguém. Não é mais como antigamente que a gente comia o pão que o diabo amassou, mas continuava juntos. O modismo agora é os relacionamentos descartáveis. É o sexo sem critérios. É o prazer simplesmente pelo prazer.É o “ficar” cada dia com um ou com vários parceiros, se for possível. ..”Cabô, cabô. Cada um pra si e DEUS pra todos”.
Esquecemos que a experiência amorosa é uma riqueza.
Mas para que ela seja vivida de uma forma rica e verdadeira ela precisa cumprir todas as etapas, todas as dimensões, isto é, ir até o final de que se propõe.
A sexualidade é apenas um dos níveis e por si só não é capaz de cumprir todas as promessas, porque é o verdadeiro amor que glorifica a vida.
No primeiro nível, a primeira dimensão começa na excitação, no prazer carnal, corporal. É extremamente importante, pois permite o conhecer-se um ao outro. Daí nasce a emoção, fruto da admiração de um para com o outro.
Na segunda dimensão vivemos a afetividade onde percebemos que é mais que a excitação, é uma emoção. Porém, as emoções vão e vem, são volúveis e nesse vai e vem entramos em uma nova dimensão que é a pessoal quando descubro ao meu lado uma pessoa singular, única no mundo. Então começa o amor. Amo o outro pela preciosidade que ele encerra em si, pelo que ele é e não pelo que ele tem e a felicidade está em fazer esta pessoa feliz, em agradá-la, em deslumbrá-la, em surpreendê-la a cada momento.
Tudo isso tem a ver com o amor de DEUS que fez uma pessoa tão formidável e ofertou-a para a mim. Sozinhos não somos nada e ninguém, precisamos do outro para viver, para aprendermos a entender o mundo e crescermos.Isso é o que me faz entrar em comunhão com este outro e com DEUS. Descobrimos o mistério de DEUS numa pessoa humana. Entramos então, na quarta dimensão que é a religiosa.
Por isso, que a experiência amorosa não se reduz a uma mera satisfação ou a um gozo rápido, mas a percepção da centelha divina, da eternidade que existe em cada um de nós.
Cada dimensão tem sua densidade, seu sentido e está colocado como alicerce, se completam e formam uma estrutura perfeita. Todas as dimensões são importantes, sem uma delas as demais não se sustentam.
Uma dimensão humaniza a outra e todas formam os relacionamentos verdadeiros.
Por isso que devemos viver todas as estações do amor. O prazer é apenas um passo para a busca da plenitude.
Como pessoas humanas possuímos a razão, que é a faculdade de discernir e o livre arbítrio, faculdade de escolher. Estas características é que outorgam ao homem a condição de filhos de DEUS e por isso devem ser observadas como ideais a serem alcançados e com certeza é o melhor para nós, pois é na excelência do amor que reside a felicidade, a plenitude da vida.
Cleide Semenzato - Assistente Social