As mães sabem que os filhos nascem, crescem e as preocupações só aumentam com o passar do tempo, e não importa a idade. Depois de tantas experiências vividas como o primeiro passo, a primeira palavra, o sorriso largo nas brincadeiras, de repente a fase adulta bate à porta, e eles pensam que já sabem tudo sobre a vida. Uma nova fase passa a fazer parte do convívio familiar. Os amigos passam a representar o novo e a partir daí tudo muda. Depois disso, uma noite de sono tranquilo passa a ser coisa rara. Perguntam para si mesmas: onde estarão meus filhos a essa hora da noite? Porque não voltam logo para suas camas quentinhas debaixo do meu olhar? Nessas horas, o pensamento volta ao passado, quando os filhos ainda eram crianças e passeavam juntinhos por todos os lugares.
É mãe, eles cresceram sem o seu consentimento e começaram a trilhar caminhos longe do ninho. Não há como impedi-los de voar para lugares distantes.
Com quem estarão nesse momento? Será que são boas amizades? Será que comeram alguma coisa? Será que beberam além da conta? Por que não ligam para dizer alguma coisa que preencha um coração em frangalhos. São muitas perguntas e nenhuma resposta capaz de aquietar a alma e poder retomar o sono dos justos.
Depois de rolar na cama, um breve cochilo faz parecer que dormiram uma noite inteira. Acordam e vão em direção ao quarto para confirmar se eles estarão ali dormindo como anjos, mas voltam decepcionadas, pois a cama ainda está exatamente igual. De repente um barulho as assalta e o som mais bonito e confortante aos ouvidos muda toda a história de uma noite de pesadelo. O som das chaves abrindo a porta acalma e alivia. Graças a Deus eles chegaram e aí o sono vem com força e toma conta por inteiro do corpo cansado.
No dia seguinte, a guerreira já está de pé com o café pronto na mesa, com coisas que eles mais gostam de comer. Bom dia mãe! Dormiu bem? - E as mães respondem: é claro que sim. Dormi como uma pedra. Após comerem, despedem-se com um beijo gostoso, um sonoro amo você e seguem seus caminhos. A noite cai depois de um dia de muito trabalho e a cena se repete. O martírio continua por anos e anos, e mesmo assim as mães são felizes, principalmente quando ouvem o som das chaves abrindo a porta.
José Carlos do Lazão é vereador