No próximo ano teremos eleições municipais. O período de filiações e movimentação partidária terminou, os times políticos já possuem quantidade de pessoas suficientes para serem escalados e participarem do “jogo”. Na falta de melhores regulamentos, a legislação eleitoral atual é o que temos e é com ela que a peleja vai acontecer. Assim é a democracia.
Aqueles que entendem que devam concorrer a qualquer cargo precisam ser respeitados em suas intenções. As propostas, sem duvida, deverão ser colocadas para conhecimento da população. Portanto, penso eu, ninguém deve ficar desqualificando ou menosprezando qualquer cidadão que se proponha participar da próxima eleição. Mas, ao mesmo tempo, ainda em consonância com o entendimento deste articulista, baseado numa longa experiência não aconselho ninguém ser candidato por simples motivos retaliatórios, por vinganças, por ciúmes ou por inveja. Todo o povo de uma cidade, seja ela a nossa ou alguma outra, não merece ser governado por grupos que pretendam “vendetas”. Entendo que já passou o tempo dos desafios e dos duelos, pois, isto pertence ao passado. A geração atual, as crianças de hoje nada tem a ver com as diferenças pessoais que algum possa ter de algum outro. O mundo de hoje caminha mais celeremente que o mundo de alguns anos atrás. A população aumentou muito, as necessidades são de outros níveis e a expectativa de vida exige uma preocupação constante com a melhoria do bem estar geral. Visto assim, os times que vierem governar a cidade precisam estar atentos a batalha diária, em um mundo com bilhões de pessoas, aos benefícios que possam, através de um trabalho constante e inteligente, ser oferecidos a quem mora por aqui.
Não faço estes comentários dirigidos a ninguém, apenas é o que penso e a forma como acredito a cidade deva caminhar para continuar progredindo pacificamente. Resumindo, educação política acima de tudo e com debates de boas e interessantes idéias.
E, por falar em debates, vamos cutucar um ponto interessante que me foi trazido por aquele amigo que entende do que fala, que escrevi na semana passada. Um assunto sobre o qual já escrevi, também, por aqui em outros momentos. Acontece que é um assunto importante, premente, perfeitamente adequado ao momento e que poderá ajudar aos que viverem por aqui no futuro. È sobre o sistema viário do chamado patrimônio velho de nossa cidade. Quando Votuporanga foi idealizada e loteada não havia uma perspectiva de movimentação de automóveis como hoje, bem como, não se imaginava na época uma cidade apenas 75 anos depois com quase noventa mil habitantes. Por isso, talvez a batata quente esteja nas mãos dos atuais ou dos próximos administradores e legisladores, que precisam enfrentar a realidade e proporem abertura e alargamento de algumas ruas centrais. Sei que é um assunto polemico e pode ser até explosivo, porém, ou se enfrenta o problema ou muitos sofrerão por nosso descaso. Não escrevo isto “de alegre”, pois, no mínimo já vi isto acontecer em outra cidade. Há mais de cinquenta anos estava presente com outros amigos daqui, estudantes ainda, em Campinas, quando o Prefeito dali abriu a avenida que vai da estação até o centro daquela cidade. Por sorte vim conhecê-lo muitos anos depois e lhe indaguei como havia feito aquilo e me explicou que havia uma Lei de anterior, de uns vinte anos, e ele apenas a executou. Esta é uma questão a ser pensada por todos aqueles que se proponham administrar e legislar na nossa cidade.
E, terminando, estou achando esses movimentos contra a corrupção muito interessantes. Realmente é o tipo de movimento que não pode ser partidarizado. É uma questão de conscientização e, sem duvida, não vai causar efeito de imediato de tão arraigados que estão os maus costumes. Talvez, até as próximas eleições municipais possam servir de veículo para que o movimento adquira mais força e expulse dos cargos muitos daqueles que cometem ilícitos, que como alguém já disse “rouba o leite das criancinhas”. E, vejam bem, gosto de citar a frese do Lincoln sempre que posso: “Ninguém engana a todos por todo o tempo”.
*Nasser Gorayb é comerciante e colabora com o jornal aos sábados