Com certeza existe piloto de escrivaninha que faz mágica. O “astro” cria uma comoção popular, faz com os que os meios de comunicação massifiquem uma idéia e, depois, no clímax, propõe um aumento de imposto ou multas absurdas sobre determinados produtos, fazendo com que a arrecadação aumente, porém, o resultado para a população em, alguns serviços, continua no fundo do poço. No caso do cigarro ou das bebidas esperem para conferir, vem chumbo por ai, isto, se já não veio. Igual o plano cruzado, primeiro a festa, depois, o soco no estomago.
Como fumante que sou e, também, apreciador de alguma cervejinha, apoio totalmente todo e qualquer movimento para que aqueles que possam parar de fumar o façam e, ao mesmo tempo, aproveito para dizer aos jovens que bebida não leva a lugar nenhum e cigarro é um vicio perigoso e fedido. O cigarro de charmoso que era nos meus tempos e de outros, hoje é inconveniente, tanto para a saúde como para os que estão a nossa volta. Pessoas como eu tem de se dirigir para o meio da rua, para poder dar aquela pitadinha, como se fosse um pária da sociedade. È isto mesmo, é bastante constrangedor. E, daí alguém pergunta: - e por que não para? Boa pergunta, com respostas muito complicadas e jamais explicativas.
E, para exemplificar melhor o “jamais explicativas” perguntemos aos pilotos de escrivaninhas: - Por que alguém, autorizado por órgãos competentes do governo, não impedem os fabricantes de colocarem centenas ou milhares de substancias no cigarro que, sem duvida, causam forte dependência? Talvez um cigarro assim fosse dispensado por milhões de fumantes. E, felizmente, pelo menos que eu saiba, essas substancias não alteram o estado psíquico do fumante. Pois é, seria uma questão de coragem, por parte dos “caras dos governos”, tomarem a atitude que acabo de comentar. Mas, imagino que isto não interessa aos tais governos, pois, a arrecadação cairia.
De outro lado vem o caso das bebidas, que com farta propaganda nos meios de comunicação é um baita dum negocio para muitos. Até as fábricas de cigarro a partir de agora poderão fazer “anúncios” culturais (é pra rir ou chorar?). Existe muito cinismo nesta história, ou melhor, nesses negócios.
Estou escrevendo assim para que os que estejam lendo possam matutar um pouco sobre o assunto e, repito, sou amplamente a favor de qualquer movimento que livre as pessoas do cigarro ou impeça o menor de ingerir bebida alcoólica. Só não sou a favor de se fazer do comerciante, seja ele grande ou pequeno, um fiscal do estado. O comerciante abre o estabelecimento para ser educado, servir bem e procurar atender da melhor forma possível, jamais para ficar conferindo documentos de identidade. Educação a pessoa tem de aprender em casa, quando a tem, e um pouco na escola, quando isto for possivel e, se não se educar e obedecer as Leis, tem a polícia para cuidar do “marmanjo”. Fazer um pobre coitado de dono de boteco, em bairro ermo, impedir determinados garotões de beber ou fumar, é querer criar alguma tragédia. E, com certeza, elas acontecerão e serão noticiadas pelos meios de comunicação, como também, os constrangimentos que comerciantes passarão ao serem “exemplarmente” multados pelos fiscais dos governos. Aqui os governos estão “dando esmolas” com o chapéu alheio, demonstrando falta de competência e acima de tudo de coragem, pois, preferem enfrentar os cordeiros, ou seja, o povo trabalhador, patrões ou empregados nos estabelecimentos afins, e deixam de enfrentar a outra ponta: - os que fabricam essas mercadorias da forma que elas são.
Pois é, nas mãos da “pilotada”, determinadas medidas bonitas e importantes passam ser veículo de aumento de arrecadação, demagógicos, oportunistas e preconceituosos. A Lei existe, precisa ser obedecida e queira Deus que faça muito bem a todos.
E, tem mais, já, já, parece que vem uma outra que incrimina quem dirige com qualquer dose de álcool. Nada contra, tudo a favor, pois, nesse caso, quem paga a conta é o infrator. Quer cair fora? Vá de taxi ou contrate um motorista, ou não beba. Assim é simples.
*Nasser Gorayb é comerciante e colabora com o jornal aos sábados