Grazi Cavenaghi (Foto: Divulgação)
Dá para acreditar que já vivemos 116 dias do ano? Quase ? deste ciclo!
Parece que voou, você sentiu isso? Essa sensação vem me incomodando, e por isso resolvi compartilhar com você hoje para refletirmos juntos, meditarmos neste tema durante a semana.
A tal “produtividade” que o mundo nos convida todos os dias, o excesso de distrações, as mídias que nos alucinam e nos fazem achar que “a grama do vizinho é mais verde”… tudo isso consome nosso tempo, a nossa vida…
Logo, a minha conclusão é de que essa sensação de que o tempo voou veio do excesso de informações com que somos “bombardeados” todos os dias! É muita coisa!
Fui então pesquisar sobre o tema e me deparei com um termo criado pelo espanhol Alfons Cornella em 1996: “infoxicação” – uma mistura de ‘informação’ e ‘intoxicação’, que ilustra vividamente o cenário de hoje!
Somos convidados ao “olhar para fora” a todo momento, e isso nos tira do único foco, que é nossa evolução pessoal, nossa evolução enquanto seres humanos, nosso compromisso em gerar riqueza aqui, com a vida que nos foi dada!
Nesse mundo de hoje, onde os dados fluem incessantemente como um rio em tempestade, somos todos navegadores procurando manter o curso da nossa vida sem sermos tragados pela correnteza do excesso que leva o nosso tempo, ou seja, a nossa vida!
Esse excesso de tudo nos traz a impressão de que estamos sempre atrasados, que nunca temos o suficiente, que nunca sabemos o que é necessário — como se a correnteza que nos leva estivesse dentro de um labirinto de espelhos, que, a cada imagem refletida, nos leva a uma nova demanda de interesse, nos pede a nossa atenção e nos desvia do fluxo natural da nossa missão aqui. O que, na maioria das vezes, acaba nos adoecendo!
Percebe a ironia do nosso tempo? Em busca de conhecimento, de nos aperfeiçoarmos, de sermos “melhores”, acabamos muitas vezes navegando em um oceano de incertezas, onde tudo é possível, mas nem tudo é benéfico!
Logo, vejo a necessidade de fecharmos essa época da produtividade e nos voltarmos para a época da conexão de verdade.
Como sempre diz a professora de filosofia Lúcia Helena Galvão: “Quanto mais dentro, mais fora.”
E, a partir dessa visão, lembrei-me do livro Essencialismo, de Greg McKeown, que li há algum tempo, e que fala exatamente sobre isso: eliminar o excesso e fazer a seleção do que é importante.
Fui buscar na minha biblioteca os meus grifos do livro e ver o que dele eu apliquei e o que dele eu posso aplicar, mesmo porque a Grazi de hoje não é a Grazi que leu o livro.
Greg define o essencialismo assim:
“O essencialismo não trata de fazer mais; trata de fazer as coisas certas.Também não se trata de fazer menos, só por fazer menos.É investir tempo e energia da forma mais sábia possível para dar sua contribuição máxima fazendo apenas o essencial.”
Ou seja, devemos sair desse fluxo, dessa correnteza e seguirmos o nosso propósito: é para mim, digo sim; não é, digo não. Simples assim!
Aliás, lembro-me da fala de uma administradora mineira, Tardiane, minha mentoriada em 2020. Ela me disse, em um dos nossos encontros:
“Grazi, isso que você diz eu vou traduzir para você”, e completou:
“Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disso é de procedência maligna.”
(Mateus 5:37)
Portanto, que possamos analisar bem e ficar com o essencial para nós, dizendo sim para o que queremos e não para o que não queremos.
Simples assim!
A nossa liberdade está na nossa capacidade de decisão.
E como nosso foco é progredir, vamos juntos?
Sinceramente, eu não quero ter essa sensação de que o tempo voou no fim de 2025, então, vamos juntos limpar os excessos da nossa vida.
Para isso, vou trazer três pontos para a meditação da semana - o pensar, fazer e obter do essencialista e do não essencialista - que para nós hoje, é o que deixa o tempo voar! Chega disso! A sociedade está adoecida na moda de “sem tempo para nada”. Tempo é vida!
1. O que pensa:
Não essencialista - Tudo para todos - “Tenho que fazer.” - “Tudo é importante.” - “Como dar conta de tudo?”
Essencialista - Menos, porém melhor - “Escolho fazer.” - Apenas poucas coisas que importam.” - “Do que abrir mão?””
2. O que faz:
Não essencialista - Busca por mais - “Reage ao urgente.” - “Diz sim sem pensar.” - “Força a execução na última hora.”
Essencialista - Busca por menos - “Faz pausa para escolher o que realmente importa.” - “Diz não a tudo, menos ao essencial.” - “Remove obstáculos para tornar a execução fácil.”
3. O que obtém:
Não essencialista - Leva uma vida que não satisfaz. - “Aceita tarefa demais.” - “Não sabe se as coisas certas foram feitas.” - “Sente-se exausto e sobrecarregado.”
Essencialista - Leva uma vida com significado - “Escolhe com cuidado para fazer um excelente trabalho.” - “Faz as coisas certas.” - “Sente alegria na jornada.”
Agora é nos preparar para que sejamos essencialistas, conectados com nossa missão — e que essa sensação de tempo voar passe a ser alegria em viver!
Chega de produtividade! Chegou a hora da conectividade!
Seguimos escolhendo nos conectar com o nosso ser, por um eu melhor, as pessoas à nossa volta melhores, um mundo melhor.
Vamos juntos? Porque juntos somos +