Entre estruturas e prédios modernos está o patrimônio de arquitetura que deu abrigo e constituiu os primeiros moradores da cidade
Patrimônios históricos de Votuporanga hoje se encontram escondidos em meio ao progresso da cidade (Fotos: A Cidade/Arquivo)
Fernanda Cipriano
Estagiária sob supervisão
fernanda@acidadevotuporanga.com.br
Já não é de hoje que as novas construções, loteamentos e o progresso ostensivo de Votuporanga vão tomando o lugar das primeiras obras, casas e salões que foram arquitetados nos primórdios da cidade. Aos poucos, as características coloniais que dominavam a arquitetura pelo país e que estavam nas primeiras casas do município foram se escondendo em meio a prédios e estruturas modernas, porém ainda estão lá para contar nossa história.
Do estilo colonial português, dos primeiros casarões rurais, aos italianos só que de forma bem mais simples que os centros arquitetônicos do Brasil, a cidade caminhou seus primeiros passos na construção de sua civilização. Um desses patrimônios históricos é a sede do Sítio Santo Antônio, na Fazenda dos Fávaro. O término da obra data julho de 1948, às vésperas ainda de Votuporanga comemorar seus 11 anos de fundação.
Outra obra importante para a história do município é o conjunto arquitetônico que integra a colônia ferroviária, a estação de embarque e os armazéns datados dos anos de 1945 a 48, que conservam o estilo singular da época com tijolos, que seguia um padrão adotado pela então responsável Estrada Férrea Araraquarense.
Em meados de 1945 a ferrovia chegou a Votuporanga anunciando mais um progresso e por muitos anos serviu como meio de transporte de passageiros e veículo atuante no escoamento da produção agrícola de algodão, café e milho. Hoje nas proximidades da estação, Votuporanga ainda conserva as casas da colônia dos ferroviários, a caixa d´agua com a inscrição “E.F.A 1945” e os antigos armazéns da extinta IBC (Instituto Brasileiro de Café).
Algodoeira Matarazzo
Outra da obra que ainda resiste ao tempo é a Algodoeira Matarazzo onde funcionou uma usina de beneficiamento de algodão pertencente a um dos cerca de 350 empreendimentos da IRFM (Indústrias Reunidas Fábricas Matarazzo), que por algum tempo, foi o maior complexo industrial da América Latina, e o acionista era Conde Francisco Matarazzo.
O prédio da usina possui arquitetura imponente, datada da década de 40, construído em tijolo aparente de galpões de planta retangular, com linhas retilíneas, sóbrio e austero assemelhando-se à arquitetura ao estilo neoclássico. Hoje, construção abriga uma das unidades do Ecotudo.
O local não pertence mais ao Conde, mas os vestígios de seu império permaneceram por toda parte. Em Votuporanga, ele recebeu uma homenagem póstuma com denominação da avenida nas adjacências da antiga algodoeira.
Prédio do Cartório Eleitoral
O imóvel construído em arquitetura “artdeco”, nos anos 1930 a 1940 é uma construção únicaneste estilo dentro da cidade. Esse prédio já foi a Câmara Municipal e conserva boa parte de sua estrutura original como escadaria, hall de entrada, salão nobre e fachada frontal. Desde os últimos anos o prédio abriga o Cartório Eleitoral de Votuporanga.