O CAPSi atendimento a crianças e adolescentes comprometidos psiquicamente, como portadores autismo, psicoses e neuroses graves
Seba recebeu em seu gabinete algumas mães de autistas, os vereadores Djalma e Chandelly e técnicos da Secretaria da Saúde (Foto: A Cidade)
Franclin Duarte
franclin@acidadevotuporanga.com.br
O prefeito Jorge Seba (PSDB) anunciou na segunda-feira (30), em entrevista exclusiva à
Cidade FM, a instalação de uma unidade do “CAPSi” (Centro de Atenção Psicossocial Infantil) em Votuporanga. A nova unidade oferecerá atendimento especializado a crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista, outros transtornos mentais graves e persistentes, inclusive pelo uso de álcool e drogas.
A medida, segundo o prefeito, visa mitigar o sofrimento de algumas mães que são obrigadas a buscar atendimento para os seus filhos em Araçatuba ou São José do Rio Preto.
“Nós não temos esse serviço nas cidades da região, só em municípios muito maiores, mas Votuporanga vai ter e já determinei a secretária da saúde, Ivonete Félix, que fizesse todos os trâmites para que isso se torne realidade. Talvez vocês não saibam, mas existem dezenas de crianças em nossos municípios que possuem problemas de saúde mental, inclusive com o Transtorno do Espectro Autista, e nós então determinamos a disponibilização do local e já temos o credenciamento junto ao Ministério da Saúde. Vamos fazer todos os esforços para que isso se torne realidade o mais breve possível”, disse o prefeito.
Seba explicou que trata-se de um pedido dessas mães que foi reforçado também pelo vereador Chandelly Protetor (Podemos) e por seu irmão, Antônio Seba Junior, que é pediatra e ajuda no diagnóstico dessas crianças.
“Muitas dessas mães não conseguem nem trabalhar para poder cuidar dessas crianças e posso dizer para vocês que esse é um tema muito sensível, principalmente para mim e para a minha esposa Rose [Seba] que tratamos isso como prioridade, pois me lembro que durante a campanha política nós nos reunimos com algumas mães que nos relataram esse sofrimento, então o que estamos fazendo é cumprir com o nosso Plano de Governo”, completou.
Na segunda, aliás, o prefeito participou de uma reunião com algumas das mães que vivem essa luta diária e apresentou para elas a boa nova. Acompanhado dos vereadores Chandelly, e Professor Djalma, o prefeito pediu para que o corpo técnico da Secretaria da Saúde, representado pela secretária da Pasta, Ivonete Félix do Nascimento e pelo coordenador da Rede de Saúde Mental de Votuporanga, Reinaldo Antonio de Carvalho para que explicassem os trâmites burocráticos da implantação.
“Fico muito emocionada e sinto uma felicidade imensa, não só por mim e meu filho, mas também por todas as mães que sabemos que precisa desse atendimento que é tão difícil de conseguir e esse é um passo imenso que o município está dando nesse sentido. É uma sensação de vitória muito grande de uma luta que travamos há muito tempo. Temos histórias de pessoas que perderam seus filhos e não tiveram a oportunidade de ter acesso a esse tipo de tratamento, então para que todos entendam a magnitude dessa iniciativa, esse é um projeto que vai mudar vidas”, disse Liliane Santos Nunes Lazarini, mãe de uma criança autista de quatro anos de idade.
Relato semelhante fez Jeane de Carvalho Mesquita, que também tem um filho de quatro anos e vivencia de perto essa batalha de viagens em busca do tratamento. “É uma luta constante. Nós não temos condições de levar nosso filho para Rio Preto onde encontramos o tratamento específico que ele precisa e não é um caso exclusivo nosso, mas sim de muitas famílias. Esse projeto vem para trazer um alívio de termos na nossa cidade tudo que nossas crianças precisam”, completou.
Já Ludmila Gomes Maia Santis disse que se sente honrada em ver a atenção que está sendo dada a essas famílias, que finalmente foram ouvidas.
“Desde antes da campanha nós fizemos contato com o prefeito e ele se prontificou a atender a nossa causa e estamos muito felizes em saber que muitas famílias e crianças serão acolhidas. Felizmente nós temos plano de saúde e conseguimos fazer o tratamento aqui em Votuporanga mesmo, mas não é o caso de muitas famílias que por dependerem do serviço público não conseguem acesso as terapias”, disse Ludmila Gomes Maia Santis, que tem um filho autista de 16 anos.
CAPSi
O CAPSi oferece um serviço destinado ao atendimento de crianças e adolescentes comprometidos psiquicamente, como portadores do Transtorno do Espectro Autista, psicoses, neuroses graves e todos aqueles que, por sua condição psíquica, estejam impossibilitados de manter ou estabelecer laços sociais e afetivos.
O atendimento será multiprofissional e contará com psiquiatra infantil; enfermeiro; psicólogo; assistente social; terapeuta ocupacional e fonoaudiólogo; além de profissionais de nível técnico nas áreas de enfermagem, educacional e administrativo.
O tratamento é desenvolvido a partir do Plano Terapêutico Singular, organizado conforme as necessidades e características de cada usuário do serviço.