Mesmo com o avanço da imunização, ainda há muitas dúvidas sobre a vacina e a enfermeira Haline Morato ajuda a esclarece-las
Votuporanga celebra neste domingo (8) o seu 84º aniversário e, depois de dias tão difíceis, a cidade terá um motivo a mais para comemorar (Foto: Prefeitura de Votuporanga/Arquivo Pessoal)
Votuporanga celebra neste domingo (8) o seu 84º aniversário e, depois de dias tão difíceis, a cidade terá um motivo a mais para comemorar: o avanço da vacinação contra a Covid-19, que significa a esperança de um novo tempo. Dados do “Vacinômetro” do Estado indicam que mais de 66,6 mil pessoas já receberam ao menos uma dose do imunizante, o que representa cerca de 70% de sua população.
Apesar das boas novas, muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre as vacinas disponíveis e não se vacinaram por medo, preconceito ou por não acreditarem em determinada vacina. Para esclarecer este assunto, nossa reportagem conversou com a enfermeira Haline Morato, que possui mais de 20 anos de experiência no setor de saúde e é a responsável técnica da Clínica Protege.
A clínica é um centro votuporanguense especializado em vacinação de recém-nascidos, crianças, adultos e idosos. Acompanhe a entrevista:
Existe uma vacina melhor que a outra?
Não, todos os imunizantes disponíveis no mercado têm sua eficácia,e a melhor marca de vacina é a que estiver disponível! Todos os imunizantes utilizados pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) passaram por estudos clínicos rigorosos que comprovam sua segurança e eficácia. A vacinação é disponibilizada de forma gratuita e justa, sendo um compromisso coletivo. Precisamos entender que doenças virais só se combate com vacina. O único “remédio” eficaz capaz de vencer o Covid-19 é a vacinação em massa.
Após a vacina a pessoa está imune à doença?
Não necessariamente. A vacina reduz consideravelmente os riscos de desenvolver a forma grave da doença. Também existem estudos que mostram a redução das internações, inclusive em UTI, e dos óbitos nas populações vacinadas. A proteção só vem de 15 a 30 dias após a segunda dose, dependendo da vacina recebida. Mas, mesmo com a imunização, ainda é possível contrair ou transmitir o vírus.
Quem já teve Covid-19 não precisa se vacinar?
A pessoa que já teve Covid-19 pode ter a doença novamente, especialmente após o surgimento de novas variantes. Então, todo mundo tem que se vacinar, sim!
Exame de anticorpos neutralizantes indicam que a vacina não funciona?
Testes sorológicos não indicam se um indivíduo vacinado está ou não protegido contra a Covid-19. Estes exames apenas diagnosticam a contaminação. Portanto precisamos confiar e entender que a nossa única defesa para vencer o vírus da Covid-19 é a vacina.
Quando Lemos sobre Taxa de Eficácia, o que Isso Significa?
Taxa de eficácia significa o tanto que uma vacina que está sendo estudada conseguiu reduzir os casos confirmados em relação a quem recebeu placebo (aquelas pessoas que não receberam a vacina).
Por exemplo: Entre as pessoas que receberam placebo, 10 pessoas acabaram sendo infectadas pelo vírus (não necessariamente desenvolveram a doença, mas tiveram o vírus detectado no corpo). Já no grupo de vacinados, 4 foram infectados pelo vírus. Então ela tem uma eficácia de 60%.
Quais Seriam “Efeitos Colaterais Normais” ao se Tomar uma Vacina?
Efeitos colaterais mais comuns que podem ocorrer são sintomas no local de aplicação, como dor ou calor local. Isso está mais relacionado com a técnica e lugar a ser aplicado, que com a vacina em si.Outros leves sintomas inespecíficos podem ocorrer. Estes incluem:mal-estar;dor no corpo;náuseas;dor de cabeça e febre baixa.
Estes sintomas podem ocorrer poucos dias após a vacinação e não se trata de efeito adverso à vacina e sim sinais do sistema imune respondendo a ela e criando anticorpos. Estes sintomas são sempre leves e autolimitados (passam sozinhos).