Os vereadores Valdecir Lio (MDB) e Daniel David (MDB) repudiaram as falas do deputado estadual Frederico D'Ávila (PSL), que chamou o Papa Francisco e o arcebispo de Aparecida, Orlando Brandes, de safados e vagabundos
Valdecir Lio foi o primeiro a repudiar as falas do deputado e disse que Frederico D'Ávila não é digno do cargo que ocupa no Estado (Foto: A Cidade)
Franclin Duarte
franclin@acidadevotuporanga.com.br
Os vereadores Valdecir Lio (MDB) e Daniel David (MDB) repudiaram na segunda-feira (18) na tribuna as falas do deputado estadual Frederico D'Ávila (PSL), que chamou o Papa Francisco e o arcebispo de Aparecida, Orlando Brandes, de safados e vagabundos. Para os parlamentares votuporanguenses, D'Ávila foi infeliz e atacou a comunidade católica.
O primeiro a levantar a questão foi o Valdecir Lio. Ele leu na tribuna uma carta da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) sobre o caso e disse que o deputado não é digno de ocupar o cargo em que está.
“O que esse cara está fazendo hoje com a Igreja Católica, pode fazer amanhã contra qualquer religião. Um cara que se refere a o Papa dessa forma, na verdade, está afrontando toda a Igreja Católica”, disse o vereador.
Já Daniel David foi além. Para ele, o deputado é um “lixo humano” e disse que a mãe dele deve ter vergonha de escutar seu filho falar “tantas besteiras”.
“Se ele faz isso com uma religião ele não serve para ser deputado. Se existe lixo humano, aí está um. Foi uma fala satânica, babaca e de uma insignificância muito grande. Tenho dó da sua mãe, deputado, que deve ter vergonha de ver você com uma fala dessas. Ele falando e nada é a mesma coisa, pena que temos pessoas assim na política”, completou.
Desculpas
Pressionado pela repercussão negativa de suas falas, o deputado Frederico D’Avila pediu desculpas durante a sessão de ontem da Alesp. As desculpas do parlamentar se deram após o presidente da Casa, o deputado votuporanguense, Carlão Pignatari (PSDB), dizer que repudia toda palavra que vá além da crítica e que se constitua em ataques que extrapolem os limites da liberdade de expressão e da imunidade parlamentar.
Carlão leu integralmente a Carta Aberta da CNBB que lhe foi entregue momentos antes pelo bispo de Mogi das Cruzes dom Pedro Luiz Stringhini e afirmou que as manifestações de D’Avila foram antirregimentais e determinou a retirada das ofensas proferidas à CNBB, ao arcebispo de Aparecida e ao Papa Francisco das notas taquigráficas da Casa.
Momentos depois, D’Avila pediu desculpas por seu pronunciamento contra os bispos e o Papa Francisco. “Meu pronunciamento, que admito ter sido inapropriado e exagerado pelo calor do momento, se deu em resposta a alguns líderes religiosos que ultrapassam os limites da propagação da fé e da espiritualidade para fazer proselitismo político. Reitero que desculpo-me pelas palavras e exagero. Não tive a intenção de desrespeitar o Papa Francisco, líder sacrossanto e chefe de Estado, minha fala foi no sentido de divergir sobre ideias e posicionamentos, tão só. Inserir o Papa em minha fala foi um erro, pelo qual humildemente peço desculpas a todos os católicos do Brasil e do mundo, pois não considerei a figura espiritual que ele representa”, desculpou-se o deputado.