Grupos se manifestarão com pautas contra inflação e pró-educação, democracia, saúde e emprego; concentração será na Praça Cívica
Entre as principais pautas do ato estão a defesa da democracia e do SUS, além do combate ao negacionismo e à desinformação (Imagem: Divulgação)
Manifestantes de Votuporanga, Fernandópolis e Jales se unem neste sábado (2), para o ato “Fora Bolsonaro”. A ação integra as mobilizações nacionais e internacionais contra o governo do presidente Jair Messias Bolsonaro (sem partido), tendo como pautas principais a defesa da democracia, da moradia, dos povos originários, do SUS, da educação, do emprego, dos direitos trabalhistas e previdenciários, da inclusão e do meio ambiente e o combate ao negacionismo, à desinformação e à inflação. A concentração será a partir das 9h30, na Praça Cívica de Votuporanga (Concha Acústica).
Para Diego Maia, servidor municipal, o dia 2 de outubro será marcado por dois projetos antagônicos. “De um lado, o de Bolsonaro e de poucos setores econômicos que ainda estão com ele e querem atacar as liberdades democráticas ainda permitidas pelo regime dos ricos à classe dos mais pobres e oprimidos (que conquistou estas com muita luta, em outros tempos). Bolsonaro nada faz diante da fome, dos altos preços dos alimentos, dos combustíveis e da energia elétrica. Do outro lado, mais de 80 cidades do Brasil confirmaram manifestações contra essa política desumana e nós faremos parte dessa campanha”, disse.
A bancária aposentada Rosa Chiquetto afirma que os grupos Fora Bolsonaro de Votuporanga, Fernandópolis e Jales se unem contra a política do atual presidente porque “a única preocupação dele é agradar ao mercado, não se importando com a vida dos brasileiros, principalmente dos mais pobres. Todos os alimentos se tornaram commodities e, com o dólar mantido alto pela equipe econômica, a comida ficou muito cara”.
Yuri Moleiro, servidor federal, salienta que o governo gasta mais tempo procurando culpar os outros pelos problemas que ele causa do que tentando resolvê-los. “Combustível está caro? Bota a culpa no ICMS e nos governadores, quando a grande responsável é a política de preços da Petrobrás, totalmente atrelada ao mercado internacional com o dólar nas alturas", completou.
O professor Eduardo Filho convida para uma reflexão sobre as políticas ambientais do atual governo e seus reflexos no cotidiano. Segundo dados da Fundação Osaldo Cruz (Fiocruz), somente em 2021 (até agosto), o Brasil registrou 205 novos agrotóxicos; em 2020 foram 493; em 2019, 474, batendo os recordes de uso na história do país. Destes agrotóxicos, cerca de cerca de um terço é proibido na União Europeia por conta dos riscos à saúde e ao meio ambiente.
“Você olha para todo lado e só vê aquela poeira e aquele calorão. Todo mundo sofre com o tempo seco: os animais no pasto, os sitiantes, as crianças. O rio que passava por debaixo da ponte quase sumiu. Temos que fazer alguma coisa, senão nossa região do noroeste de SP vai virar um deserto. Daqui uns dias vai faltar água...daqui uns dias vai faltar energia...e o que vamos fazer? Ainda mais diante de um governo que não está nem aí pra gente”, questiona.
Célia Feltrim, pequena produtora rural e professora aposentada, que escolheu a terra como sustento de vida, aponta as dificuldades de sobrevivência dos pequenos produtores rurais, já que os incentivos do governo vão apenas para o “agro pop”. Recentemente, o presidente vetou integralmente projeto de lei (PL 823 2021), aprovado pelo Congresso, que previa ajuda a agricultores familiares.
*Com informações de Ester Alkimim