A técnica em Defesa do Consumidor, Mayane Larissa, deu dicas de como consumir conscientemente e como recorrer em casos de golpes
Para a Black Friday, a recomendação é ter cautela na hora de realizar compras e analisar os preços antes de efetivar o negócio (Foto: Arquivo)
Fernanda Cipriano
Estagiária sob supervisão
fernanda@acidadevotuporanga.com.br
A Black Friday já virou tradição, mas em meio a tantas promoções, cair em uma fraude fica ainda mais fácil. No ano passado, por exemplo, 29 votuporanguenses registraram reclamações durante a semana do evento e para ficar de fora dessa estatística neste ano, a técnica em Defesa do Consumidor, do Procon, Mayane Larissa Barrientos Pavão, deu dicas de como gastar e não cair na chamada “black fraude”.
De início, a técnica explica que os consumidores devem fazer uma média de valor do produto, antes de realizar a compra, pelo menos algumas semanas antes da Black Friday.
“O consumidor tem que fazer uma média, daquele produto que ele pretende adquirir no mercado. Às vezes, o site eleva o preço daquele produto, um dia, uma semana antes e chega na semana da Black Friday, vai lá e reduz o preço, isso configura um falso desconto. Porque se o consumidor acompanhar essa evolução do preço saberá se realmente é um desconto ou se é uma isca de marketing”, disse ela.
Mayane explica que durante a compra, também é preciso se atentar ao valor do frete, prazo de entrega, a política de troca e também as questões de garantias. Principalmente de produtos que foram comercializados pela internet.
“Comprar pela internet nem sempre é tão seguro. Com a pandemia elevou o número de sites fraudulentos, de golpes. Comprar pela internet, eu tenho comodidade, facilidade, preço acessível, evito filas, centro da cidade, mas não posso falar para você que é seguro cabe ao consumidor ter cautela”, explicou.
Com a chegada da pandemia, a técnica explicou que aumentou a incidência de sites que faturam por meio do golpe em seus consumidores. Ela alerta também sobre links de anúncios que aparecem em redes sociais. “Tomar cuidado com os links, e-mails, tem toda essa questão. Digo sempre que internet é rápido e fácil, mas não é tão segura, com a pandemia as coisas foram se tornando maldosas, muita gente passou a trabalhar na maldade”, completou.
Afinal, qual site é seguro?
A insegurança durante uma compra pela internet é sempre grande, ainda mais no período de Black Friday e por isso Mayane disse que o Procon tem uma aba em seu site que se chama “evite site” e que tem uma lista dos sites que os consumidores devem evitar.
“Nesse ‘evite site’ eu consigo ver a reputação desse site e consigo saber que os sites que estão naquela lista eu não posso comprar. Embora ele estando no ar, mas é um site comprometedor”, disse.
Ao comprar pela internet, a técnica esclarece que o consumidor tem o Direito de Arrependimento, segundo o art. 49 do Código de Defesa do Consumidor. “Ele pode se arrepender, o período de reflexão de sete dias, então comprou pela internet e ele veio com defeito, poderá exigir a troca para devolver e colocar de volta. Que só é válido para aquelas compras que ocorrem fora do estabelecimento comercial”, explicou.
Produtos importados
Sobre a compra nos novos sites, que normalmente trazem valores surreais, Mayane disse que o cuidado deve ser redobrado, pois o Código de Defesa do Consumidor é nacional e não tem aplicabilidade em outros países. Ou seja, o consumidor fica sem amparo e o prejuízo pode ser ainda maior.
“O Código de Defesa do consumidor é nacional, ele tem aplicabilidade aqui no Brasil, aqueles que são fora do Brasil não são aplicados. Não posso responsabilizar quem está fora do país e corre o risco ainda da incidência de tributo”, relatou.