Robertão, com era carinhosamente conhecido, está sendo velado no Velócio Municipal e seu corpo será sepultado às 14h no Cemitério Municipal
O ex-vereador, Roberto Bianchini, faleceu vítima de uma parada cardiorrespiratória e será sepultado às 14h (Foto: Arquivo pessoal)
Franclin Duarte
franclin@acidadevotuporanga.com.br
Faleceu, na manhã de quarta-feira (3), aos 87 anos, o ex-vereador, Roberto Bianchini, vítima de uma parada cardiorrespiratória. Robertão Bianchini, como era carinhosamente conhecido, era uma lenda em Votuporanga. Além de vereador, ele já presidiu a antiga Associação Atlética Votuporanguense, foi árbitro de futebol e aviador.
Roberto Bianchini se mudou para Votuporanga nos primórdios da cidade. Ele era de Barretos e se mudou para o município com sua família depois que seu irmão, José Bianchini, o Zezão, se tornou chefe dos mecânicos da Chevrolet, e Robertão veio junto.
Na época, assim que chegou, ele já se envolveu com toda a comunidade. Muito forte fisicamente, Roberto participou de lutas livres no circo, onde ao lado de Fumaça, apresentava um verdadeiro espetáculo.
Depois disso ele ainda se revelou como aviador, foi instrutor do Aeroclube de Votuporanga, foi mecânico de aviação e sofreu pelo menos duas quedas de avião, uma no Mato Grosso e a outra que ficou muito conhecida, que foi quando ele precisou fazer um pouso forçado na Rodovia Péricles Belini, que ainda estava sendo aberta, junto com o arquiteto Celso Zuanazzi, no início dos anos 70.
Na vida profissional ele ainda se revelou ao abrir a VotuMecan, oficina que comandou até se aposentar. Já no setor esportivo, foi um dos árbitros de futebol mais respeitados da região. Muito rígido, ele era daqueles que eram convocados para apitar jogos decisivos, inclusive em partidas da própria Votuporanguense.
Viúvo de Maria Aparecida Pimenta Bianchini (em memória), ele deixa os filhos Neusa Maria Bianchini Ferreira (esposa de João Carlos Ferreira, diretor do Jornal
A Cidade e da
Cidade FM), Célia Regina Bianchini Roveda, Claudia Cristina Bianchini Hipólito, Roberto Bianchini Junior. Ele também deixa os netos Fábio Ferreira (diretor do Jornal
A Cidade e da
Cidade FM), Jociene Ferreira, Leonardo Bianchini, Luiz Roberto Bianchini, Bruna Roveda, Luiz Carlos Roveda, Esthela Hipolito e Fernando Hipolito e os bisnetos Gabriel e Heloísa.
Seu corpo está sendo velado na sala 1 do Velório Municipal de Votuporanga e o sepultamento será nesta quinta-feira (4), às 14h, no Cemitério Municipal de Votuporanga.
Depoimentos
Confira abaixo depoimentos de familiares e amigos sobre o ex-vereador Robertão, dados com exclusividade ao jornal
A Cidade:
Joaquim Figueira da Costa, amigo
“Tive a oportunidade de conhecer Roberto Bianchini, uma pessoa extraordinária seja no exercício da sua profissão, seja como homem público como vereador e como esportista que foi presidente da AAV (Associação Atlética Votuporanguense), em uma época em que o futebol de Votuporanga estava em plena ascensão. Robertão, como era conhecido, foi um amigo sincero, correto, dedicado na sua profissão e deixa um legado extraordinário para nossa geração. Que Deus o tenha em bom lugar”.
Nicola Lupo, amigo
“O seu Roberto era amigo do meu pai [Vicente Lupo Neto], desde a adolescência, nunca se separaram. Convivemos com o seu Roberto, tanto na minha casa, como na dele, no Aeroclube, que foi a vida deles. Era uma pessoa muito presente na nossa vida, de coração enorme, tratava a gente como parte da família dele. Falar do seu Roberto é fácil, porque ele era uma pessoa maravilhosa, um grande contador de histórias, maioria delas verdadeiras. A relação dele com o meu pai era mais do que irmão, com certeza uma hora dessas estão juntos do outro lado, andando de moto, que era o que eles mais gostavam de fazer”.
Olavo Manzano, amigo
"Eu gostava muito do Roberto, conheço a família inteira. A gente esteve junto no acidente em 1959, que morreu 59 estudantes, no Rio Turvo, com o cunhado do Roberto, Toninho [irmão de Robertão]. Nós íamos para Barretos para uma mudança, ajudamos a socorrer algumas pessoas. Gostava muito dele, éramos amigos de 1956, muitos anos e sempre uma relação boa. Tivemos várias passagens juntos, ele era meio polêmico, meio bravo, mas era uma pessoa espetacular. Vai deixar saudades, desde aquele episódio até hoje sempre mantivemos uma relação muito boa".
Célio Honório, amigo
"Eu estava sempre brigando e brincando com ele, adorava ele! Não só ele como toda a família. Eu não nasci perto dele, cheguei em Votuporanga com 5 anos, mas fiz 77 anos em outubro, 72 anos vivi ao lado dele. Ele foi presidente da Votuporanguense é uma família que tenho muita admiração. Tenho uma consideração como se fossem de minha família, tenho eles como se fossem da minha família e eles são um marco para Votuporanga, colaboradores de todas as causas que envolviam a cidade sempre estiveram presentes, na agricultura, no esporte, na política. Que Deus dê força para quem fica, para quem vai, a vida não termina no túmulo. Ele vai para um melhor lugar, sempre foi muito brincalhão, uma pessoa esportiva, não era ganancioso, egoísta, sempre dividiu com quem estava com ele, com humildade, seriedade e era muito generoso. A admiração e respeito de um irmão ficam".
Fábio Ferreira, neto
"Esse viveu de verdade! E para quem não o conhecia basta olhar essa imagem... Diz bastante sobre ele: Robertão Bianchini. Era estiloso, garanhão, forte, espírito aventureiro, gostava de liberdade. Meu avô foi aviador, mecânico, motociclista, vereador, árbitro de futebol, presidente da antiga Associação Atlética Votuporanguense, lutador de luta livre quando o esporte atingiu seu auge na televisão, e acima de tudo foi um grande contador de histórias. Tinha uma memória impressionante. Juro que se não tivesse minha mãe e os irmãos mais velhos para confirmar eu não conseguiria acreditar em tudo. Já caiu de avião, ficou dias perdido na mata e sobreviveu, tomou tiro de raspão, construiu com o irmão diversos Ferry Boats na Amazônia... Como árbitro de futebol tem histórias ainda mais surreais. Não levava desaforo para casa. Se a torcida xingasse ele encarava todo mundo no final do jogo. Chamava um a um. E, claro, ninguém encarava aquela fortaleza. Meu avô sempre achou que fosse imortal. Acho que ele pensava que era imbatível, invencível, algo do tipo. Na luta livre tem episódios ainda mais bizarros quando circos de fora chegavam na cidade. Ao lado dos irmãos, os Bianchinis, são histórias e mais histórias. Foi um dos pioneiros de Votuporanga. Amava essa cidade, amava a Votuporanguense, amava o seu Palmeiras, e amava sua família. Tinha orgulho dos filhos, netos, bisnetos e tudo que envolvia o seu sangue. Como ele dizia: "meu maior império é minha família”. E tinha uma sede de viver impressionante. Nos últimos dias, quando estava para sair do hospital, ainda me disse que queria viver mais uns 300 anos. "Eu queria ser tipo aqueles deuses da mitologia, que vive bastante". E se não conseguiu chegar aos 300 anos, chegou aos 87 mais bem vividos que já vi na vida. Vai com Deus, vô. Sua passagem por aqui foi marcante. Você viveu de verdade como poucos. Que você esteja nos braços de Deus, ao lado de tanta gente querida aí em cima, e agora olhando por nós. 'Bença', te amo e até um dia".