A previsão é que as inscrições abram em dezembro para aproximadamente 100 vagas temporárias para trabalhar no Censo Demográfico de 2022
Nos novos editais, que devem ser publicados no começo de dezembro, as vagas serão para agente censitário municipal e supervisor; e recenseador (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Pedro Spadoni
pedro@acidadevotuporanga.com.br
O processo seletivo do IBGE – aquele que abriu no começo do ano e foi cancelado em outubro – vai ser retomado. A previsão é que as inscrições abram em dezembro e as provas sejam aplicadas em janeiro. O número exato de vagas que vão abrir para Votuporanga ainda não foi definido, mas a assessoria de imprensa do instituto informou ao jornal
A Cidade que o total deve ser em torno de 100 – e todas serão temporárias.
Nos novos editais, que devem ser publicados no começo de dezembro, as vagas estarão distribuídas entre os cargos de agente censitário municipal e supervisor; e recenseador, com salários que variam de R$ 1,1 mil a R$ 2,1 mil. As provas objetivas devem ser aplicadas em janeiro – primeiro para os cargos de agente e supervisor, depois para de recenseador - e todo o processo de contratação será feito de forma digital.
A contratação dos agentes censitários e supervisor devem acontecer no final de março do ano que vem, enquanto os aprovados para recenseador devem ser contratados em junho, após passarem por um treinamento, que está previsto para maio.
No total, mais de 200 mil colaboradores serão contratados no país para trabalharem na coleta de informações para o Censo Demográfico 2022, que está prevista para ser realizada de junho a agosto.
Censo
A partir de junho do ano que vem, os recenseadores vão visitar cerca de 78 milhões de residências em todo o país e aplicar dois tipos de questionário: o básico e o da amostra.
O questionário básico da pesquisa conta com 26 questões, para investigar as principais características do domicílio e dos moradores. E uma parcela desses domicílios vai ser selecionada para responder ao questionário da amostra, que tem 77 perguntas. Esse questionário será aplicado em aproximadamente 11% dos lares, ou seja, cerca de 8,5 milhões.
Segundo o IBGE, a investigação nos domicílios selecionados inclui quesitos mais detalhados, como perguntas sobre características dos domicílios, identificação étnico-racial, nupcialidade, núcleo familiar, fecundidade, religião ou culto, deficiência, migração interna ou internacional, educação, deslocamento para estudo, trabalho e rendimento, deslocamento para trabalho, mortalidade e autismo (essa última incluída no censo conforme a Lei 13.861/2019).
De acordo com o instituto, em relação ao Censo de 2010, o número de perguntas dos questionários da pesquisa do ano que vem foi reduzido de 34 para 26 no questionário básico e de 102 para 77 no da amostra.
“Nenhuma pergunta foi retirada sem que haja uma estratégia para seu levantamento por fontes alternativas ou uma justificativa técnica robusta, de modo que o censo seja preservado em suas séries históricas e temáticas essenciais”, informou o IBGE.
A emigração internacional foi o único tema retirado completamente dos questionários do Censo Demográfico. Mas, segundo o instituto, os dados relacionados a esse assunto serão obtidos a partir de registros administrativos disponíveis no Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Ainda segundo o IBGE, informações detalhadas sobre características do domicílio, trabalho e rendimento serão levantadas por meio das pesquisas domiciliares amostrais regulares do instituto, como a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua).
Novidades tecnológicas
Os testes vão aplicar, em campo, a infraestrutura tecnológica preparada para a operação, como os dispositivos móveis de coleta (DMC) - que parecem celulares - e os sistemas de captação, transmissão e acompanhamento das informações coletadas.
Diferentemente do Censo 2010, os DMCs atuais têm chips com acesso à internet, que permitem a transmissão das informações para o banco de dados do IBGE no fim da coleta. Os aparelhos também podem fazer e receber chamadas, para a realização das entrevistas. Os recenseadores podem, ainda, usar o equipamento para se comunicar com seus supervisores por aplicativos de mensagens, o que agiliza o esclarecimento de dúvidas.
O próximo censo também fará uso da tecnologia de armazenamento na nuvem para carregamento rápido de mapas e coordenadas nos DMCs.
De acordo com o IBGE, os data centers do instituto, localizados no Rio de Janeiro e em São Paulo, têm “estrutura muito mais moderna e robusta” para o recebimento de grandes quantidades de informações. O instituto também garantiu que esses data centers têm capacidade de processar dados com mais velocidade, o que vai agilizar o manuseio das informações e a divulgação para a sociedade.
“Mais de 200 mil pessoas estarão envolvidas na coleta dos dados em todos os cantos do país, enviando uma grande quantidade de informações para o IBGE. Com essas tecnologias, vamos fazer o acompanhamento e controle da coleta nos setores censitários de forma on-line e em tempo real. Para isso, todos esses equipamentos, sistemas de coleta, de gestão de pessoal e de acompanhamento gerencial, e os questionários precisam ser testados em campo”, disse, em nota, o coordenador dos Serviços de Informática do IBGE, José Luiz Thomaselli Nogueira.
Teste nacional
O IBGE começou, nesta semana, o primeiro teste nacional para o censo do ano que vem. Neste teste, que vai se estender até meados de novembro, o instituto escolheu municípios, bairros, distritos ou comunidades nas 27 unidades da Federação, que serão percorridos por cerca de 250 recenseadores.
Os testes incluem todas as etapas do Censo, desde os sistemas e equipamentos de coleta até o treinamento dos recenseadores, além da pesquisa sobre as características do entorno dos domicílios e o modelo misto de entrevistas (presencial, pela internet ou por telefone).
Segundo o órgão, como ocorre em todas as pesquisas do IBGE, as informações prestadas aos recenseadores são confidenciais e o sigilo é garantido por lei. Os moradores podem verificar a identidade de todos os entrevistadores do IBGE por meio de uma página no site do instituto (respondendo.ibge.gov.br) ou do telefone 0800 721 8181.
Quilombolas e indígenas
A previsão é que, a partir de 25 deste mês, os testes do Censo 2022 cheguem às terras indígenas e aos territórios quilombolas.
No Rio de Janeiro, por exemplo, essas visitas ocorrerão em Angra dos Reis e Paraty, onde serão testados protocolos sanitários de segurança, normas de abordagem e o questionário específico para essas populações.