O atual diretor do Banco Mundial disse, inclusive, que vota no presidente para a reeleição
O ex-ministro, Abraham Weintraub, esteve em Votuporanga e analisou o cenário político para as eleições deste ano (Foto: A Cidade)
Da redação
O ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, esteve na quinta-feira (27) em Votuporanga e refutou o que afirma parte da mídia nacional de que ele teria rompido com o presidente Jair Bolsonaro (PL). O atual diretor do Banco Mundial, aliás, disse inclusive que vota no presidente para a reeleição, mas afirmou que o seu problema é com algumas pessoas que agora rodeiam seu ex-patrão.
Weintraub diz que ainda não é candidato, nem pré-candidato do Governo do Estado, mas poderá ser. “Sou um homem livre, muitas pessoas têm me questionado e eu posso sim ser candidato ainda mais se me pedirem com carinho”, disse em entrevista ao
A Cidade.
Questionado sobre a relação com a família Bolsonaro, após o presidente anunciar Tarcísio Gomes de Freitas como candidato ao governo do Estado e não ele, o ex-ministro afirmou que não tem problemas com o presidente, mas sim com uma ala de seu governo.
“Continuo gostando do presidente, não me arrependo de ter ajudado, de ter sido um dos primeiros apoiadores, dois anos antes da eleição e pretendo votar no presidente Bolsonaro para a sua reeleição, mas não é segredo para ninguém que eu não gosto da turma que se aproximou dele. Eles entraram por uma porta e eu saí pela outra. No mesmo dia que o Fábio Faria entrou num ministério, eu saí, Ciro Nogueira, Flávia Arruda, Valdemar da Costa Neto, são nomes que eu não gosto e espero que o presidente consiga tourear, mas eu tenho receio, pois meu avô sempre falava: passarinho que dorme com morcego acorda de ponta-cabeça”, afirmou.
Abraham Weintraub disse ainda que ele e Bolsonaro mantém os mesmos princípios, e, por isso, iniciou sua jornada pelo interior, com o intuito de formar uma base conservadora. “A gente quer começar a conversar, sentir como estão as pessoas, para ver se a gente consegue fazer um movimento conservador realmente, que consiga libertar o presidente num segundo mandato dessa turma”, completou.
O
A Cidade ainda revelou ao ex-ministro que, também em Votuporanga, o deputado federal Arlindo Chinaglia (PT) havia dito que não tem dúvidas da vitória de Lula (PT) contra Bolsonaro e sobre este assunto ele foi enfático: “eu diria o seguinte: você que já votou no PT e se arrependeu, está perdoado, vá e não peque mais”, alfinetou.
Sobre as eleições no Estado, ele disse que como paulista quer trabalhar por São Paulo e mudar a forma como as coisas são feitas na administração estadual.
“Se a gente fazer as mesmas coisas, do mesmo jeito que sempre foi feito e com as mesmas pessoas, o resultado vai ser igual. O que você acha que vai acontecer colocando esse pessoal aí? Vai ser igual ou pior, chega, pô. A quantidade de coisa errada que tem nesse Estado, tanta coisa ruim, está na hora de mudar”, concluiu.
Incomodado
A passagem do ex-ministro, Abraham Weintraub, por Votuporanga terminou tumultuada. Após pouco mais de uma hora de reunião com apoiadores, na Câmara Municipal, ele se irritou com a pergunta de um votuporanguense e chegou a deixar a mesa de convidados.
A pergunta partiu de um dos representantes do grupo Direita Votuporanga. Ele questionou Weintraub sobre o seu posicionamento contrário, nas redes sociais, a alguns membros do governo de Jair Bolsonaro.
Um vídeo dele deixando a mesa chegou se espalhar pelas redes sociais, com a informação de que ele teria abandonado o encontro. Ele de fato se irritou com a pergunta, mas, na verdade, ele se ausentou por alguns minutos e depois voltou a interagir com os apoiadores.