Cidade

Itamarati tenta explicar por que circular de Votuporanga é uma das mais caras do Brasil

Empresa voltou ao centro das atenções após a Prefeitura ter que quase dobrar o subsídio para não repassar o aumento para os usuários
publicado em 23/06/2023
Em nota, a Expresso Itamarati alega que manter o serviço em Votuporanga é muito mais caro do que em outras cidades (Foto: A Cidade)

Em nota, a Expresso Itamarati alega que manter o serviço em Votuporanga é muito mais caro do que em outras cidades (Foto: A Cidade)

Franclin Duarte
franclin@acidadevotuporanga.com.br

A Expresso Itamarati, empresa responsável pelo transporte coletivo em Votuporanga, enviou uma nota ao Jornal A Cidade buscando esclarecer os motivos pelos quais a cidade possui uma das passagens de circular mais caras do país. A companhia voltou ao centro das atenções após a Prefeitura ter quase que dobrar o subsídio para não repassar o aumento um aumento de mais de 87% e manter as passagens a R$ 3,15 para os usuários.

Em nota, a Itamarati alega que manter o serviço em Votuporanga é muito mais caro do que em outras cidades, apresentando justificativas técnicas para embasar seu posicionamento. Segundo a empresa, todos os sistemas de transporte trabalham com indicadores comuns, como o número de passageiros, a quilometragem percorrida e a frota disponível.

No caso de Votuporanga, os custos envolvidos, tais como investimentos em frota, mão de obra, diesel, pneus, peças e outros insumos, são semelhantes aos de outros sistemas de transporte no país. No entanto, a diferença fundamental entre esses sistemas está no número de passageiros pagantes transportados por quilômetro rodado, também conhecido como IPKe (Índice de Passageiros por Quilômetro Efetivo).

No caso de Votuporanga, segundo a Itamarati, o IPKe é de 0,70, ou seja, a cada quilômetro rodado, apenas 0,70 passageiro pagante é transportado. Em comparação, na cidade de São José do Rio Preto, por exemplo, o IPKe é de 1,69, o que significa que são transportados 1,69 passageiros pagantes a cada quilômetro percorrido.

A relevância desse indicador, ainda conforme a empresa, é que, quanto maior o IPKe, maior é a receita obtida e, consequentemente, menor é a tarifa necessária para cobrir os custos operacionais. No caso específico de Votuporanga, o IPKe é cerca de 58,58% menor em relação a Rio Preto. Essa diferença reflete diretamente no valor da tarifa praticada, tornando-a mais elevada.

A Expresso Itamarati enfatizou que o sistema de transporte em Votuporanga só se mantém viável graças ao subsídio municipal. Sem esse apoio financeiro, a tarifa seria impraticável e inviável para os usuários.

O aumento
Para entender, o Contrato de Concessão do transporte coletivo urbano prevê que no mês de dezembro é apresentado o pleito para reajuste da tarifa para vigorar no ano subsequente, o que foi feito pela empresa concessionária, com valor apresentado de R$ 10,73. Para que esse aumento não seja repassado aos usuários do transporte, a Prefeitura se dispôs a subsidiar (pagar) até R$ 7,58 para cada passageiro que, então, continuaria pagando o mesmo valor atual, ou seja, R$ 3,15.

No ano passado a Administração Municipal já havia adotado medida semelhante. Na ocasião, o município, que até então subsidiava R$ 1,25 de cada passagem, passou a “bancar” R$ 4,04 por cidadão que utilizar o transporte coletivo, de forma que o preço da passagem segue inalterado até hoje para as pessoas que usam a circular.

O problema é que essas medidas têm custado caro aos cofres municipais. Para custear o aumento no subsídio impacto orçamentário estimado é de R$1,5 milhão em 2023, R$2 milhões em 2024 e mais R$2 milhões para 2025.
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