O presidente da Câmara, Daniel David, e o vereador Dr. Leandro voltaram a se estranhar na sessão de ontem à noite
O presidente da Câmara, Daniel David, e o vereador Dr. Leandro voltaram a se estranhar na sessão de ontem à noite (Foto: A Cidade)
Franclin Duarte
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O presidente da Câmara, Daniel David (MDB) e o vereador Dr. Leandro (PSD) voltaram a trocar farpas durante a sessão ordinária da noite de ontem. Os dois, que já haviam se estranhado por conta das declarações de que a gestão do Legislativo seria “pífia”, agora discutiram sobre o papel da procuradoria jurídica da Casa de Leis.
A discussão começou durante os debates sobre o desgaste com os vetos do prefeito Jorge Seba (PSD) aos projetos de lei que partem dos vereadores. Ao votar o projeto do vereador Ricardo Bozo (Republicanos), que busca cassar o alvará de postos de combustíveis que forem flagrados vendendo combustíveis adulterados na cidade, Wartão (União Brasil) disse que era favorável ao projeto e que espera que a iniciativa não seja vetada, como tem ocorrido ultimamente, e que, se for, os vereadores mantenham o posicionamento.
Após a intervenção de Wartão, Sargento Marcos Moreno (PL) se pronunciou afirmando que a situação era diferente, já que este possuía um parecer favorável da procuradoria da Câmara, enquanto a última proposta vetada, de autoria da vereadora Natielle Gama (Podemos), tinha o parecer pela inconstitucionalidade.
Natielle, por sua vez, retrucou e disse que seu projeto tinha um parecer negativo e outro positivo, apresentado pela Comissão de Justiça e Redação e debatido por várias semanas entre os vereadores. Em meio ao debate, Daniel, então, assumiu a fala e disse que, entre um parecer da procuradora e outro da comissão, ele fica com o da procuradora.
“Quero dizer que respeito todas as comissões, mas fico com o parecer sempre da procuradora, com todo o respeito à comissão. O que é inconstitucional para a procuradora, se eu tiver que votar, eu voto contra. Esse é um parecer meu”, disse.
Dr. Leandro, então, interviu e disse que, se é assim, não precisa de vereador. “Com todo respeito, então não precisa de vereador nessa Casa, uma procuradora resolve sozinha”, pontuou.
O presidente da Câmara cortou o colega e disse não ter lhe cedido a palavra, cortou o microfone e disse para ele prestar atenção antes de falar. “Ser vereador é uma coisa, ser procurador é outra. Não estou desrespeitando a comissão. Você escutou ou quer que eu puxe a gravação? Então, da próxima vez, você presta atenção para depois falar. Eu falei muito que respeito a comissão, mas eu fico com a procuradora e isso é direito meu. Essa é a minha opinião e ponto final”, concluiu.
Embate
Como já mencionado, essa não é a primeira vez que Daniel e Leandro se estranham. Para recordar, no final de agosto, Leandro utilizou a tribuna, durante a audiência pública da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), para criticar a administração da Câmara. Na ocasião, classificou a gestão como “pífia” e apontou falta de estrutura para o trabalho parlamentar. Ele defendeu ainda a contratação de assessores para os gabinetes e afirmou que a economia divulgada pela Casa “com orgulho” não se traduz em benefícios diretos para a população.
A fala gerou atritos internos e, após conversas de bastidores entre os dois, Dr. Leandro pediu desculpas publicamente. As rusgas, porém, parecem não ter sido superadas.