A cirurgia vai ocorrer no próximo dia 4 de janeiro no hospítal Sírio Libanês, em São Paulo
Maestro João Carlos Martins esteve em Votuporanga recentemente no Fliv
O maestro João Carlos Martins, que por diversas vezes de apresentou em Votuporanga, vai se submeter no começo de janeiro a mais uma complexa cirurgia para tentar retomar algum movimento em suas mãos e dedos. Segundo disse a coluna de Ricardo Feltrin, no UOL, será a 23ª cirurgia que passará nos últimos 50 anos.
“É também minha última operação”, disse. “Minhas mãos não se movem praticamente mais, os últimos dedos estão fechando também. Então, se não funcionar eu desisto de tentar tocar”, afirmou o pianista.
A cirurgia vai ocorrer no dia 4 de janeiro no hospítal Sírio Libanês. O cirurgião será o especialista em ortopedia e traumatologia Rames Mattar Jr.
Martins, 73 anos, tem um histórico grave de acidentes e até agressões que afetaram os movimentos de suas mãos.
No auge da carreira internacional como pianista, em meados dos anos 60, sofreu uma queda durante uma “pelada” no Central Park, em Nova York. acidente que afetaria para sempre os movimentos de seu braço e mão direitos.
Apesar disso, com o tratamento, voltou a tocar com dificuldade e seguiu seu objetivo, que era gravar a obra completa para teclado de Johann Sebastian Bach (1685-1750).
Foi justamente durante a fase final dessas gravações, em 95, que sofreu um assalto e agressão na cabeça em Sofia, Bulgária. Atingido na cabeça por uma barra de ferro, a região cerebral afetada prejudicou ainda mais os movimentos da mão direita, mas no fim das contas acabou por comprometer toda a cintura escapular.
A mão esquerda também seria duramente afetada nos anos seguintes por uma outra doença, a contratura de Dupuytren.
Entre as 23 operações Martins, chegou a se submeter a uma no cérebro, em 2012. Também fez dolorosas aplicações de botox na palma das mãos para tentar recuperar algum movimento --o que ocorreu por um curto prazo.
A cirurgia do próximo dia 4 envolverá as regiões de cotovelo e pulso e não tem previsão de duração.
Fonte: Coluna Ricardo Feltrin - UOL