Andressa Aoki
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O médico infectologista Jucival Fernandes, acompanhado da coordenadora de serviço de urgência e emergência do Samu, Lívia Rodrigues Sgrignolli Fernandes, esteve na Rádio Cidade para falar sobre catapora. "É uma doença que, em raros casos, pode ter algumas complicações e acabar em óbito. Desde 2003 até 2010, no Estado de São Paulo, houve muitos progressos. Em 2003, foram 60 óbitos e a partir de então, a Secretaria de Estado vem tomando atitudes para melhorar este problema. Nos Estados Unidos, média de mortes 50 pessoas por ano de varicela. No ano passado, tivemos 15 óbitos. O número de surtos vem diminuindo", disse o médico.
Jucival destacou que a Vigilância Epidemiológica fez a vacinação de controle no
Centro de Educação Municipal Infantil “Profa. Mercedes Fernandes de Lima”, depois da morte na segunda-feira de João Pedro Batista Miquelino, de três anos. O menino deu entrada no Pronto Socorro no domingo, às 21h30, através do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). A criança já chegou entubada, em choque séptico devido a uma grave infecção de varicela (catapora), indo a óbito. "O local em que esta criança estudava, era frequentado por 250 crianças e a maioria que não teve a doença, já foi vacinada anteriormente. Eram 18 crianças que não tinham recebido", explicou.
Ele disse ainda que a preocupação maior era com as gestantes, que podem desenvolver varicela congênita no recém-nascido, ocasionando uma forma grave. "Neste caso, não detectou o contato com gestante. Essa criança que veio falecer não foi vacinada", complementou.
O médico ressaltou que a vacina causa proteção de 97%. "Uma vez o paciente
imunizado, é raridade vir a contrair o vírus. A vacina está disponível a partir dos nove meses. Na criança, uma dose é suficiente e para os adultos, duas", afirmou.
Jucival contou que no caso de um paciente com HIV, portadores de neoplasia, imuno- deficiência congênita, são passíveis de maior complicação, podendo vir a falecer. "No geral, os adultos se complicam mais do que as crianças com a varicela. Na grande maioria dos casos, a doença tem evolução benigna. Mas existem casos onde a criança pode evoluir mal ou o adulto. Tem que estar atento se o paciente apresenta dificuldade respiratória ou confusão mental. Se tiver com catapora, é bom que passe por atendimento. O médico não é obrigado a notificar um caso, mas para a saúde é importante porque saberemos aonde reside e com quantas crianças têm o contato", destacou.