Leidiane Sabino
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“Bullying Não é Legal!”, este o tema da cartilha distribuída ontem, às 9h, na sede da UAB (Universidade Aberta do Brasil), pela Prefeitura de Votuporanga, por meio da Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Turismo, para as escolas da rede pública do município.
Foram produzidos 10 mil exemplares do material educativo, que será utilizado em sala de aula e também servirá para discutir o assunto com os pais. A cartilha conta com algumas condutas preventivas e também orientações que podem ser adotadas por pais e professores.
O promotor da Justiça da Infância e Juventude da Comarca, Eduardo Martins Boiati, destacou que esteve recentemente em um congresso onde foram apresentadas estatísticas, entre elas, a de que 47% das mulheres que engravidam não queria ter um filho. “A criança que nasce em um ambiente desse vai se transformar em que? Um dos fatores dessa desagregação é a violência. O bullying sempre existirá enquanto o ser humano for egoísta, invejoso, orgulhoso e preconceituoso”, disse.
Boiati falou ainda que o bullying não acontece apenas em países em desenvolvimento, apontando casos que aconteceram nos Estados Unidos e também na Europa. “Enquanto pais, devemos fazer algo também. O menino que pratica o bullying, provavelmente aprendeu isso com alguém. O ser humano age por exemplo e repetição”, falou o promotor.
Para Boiati, a escola não deve aceitar, de forma alguma, o bullying e também precisa fortalecer os vínculos. Ele solicitou que a cartilha chegue até as crianças e seus pais para que, pelo menos, os casos de bullying possam diminuir. “Bullying é errado e não pode ser tolerado de maneira alguma na escola”, ressaltou.
O dirigente regional de ensino da Diretoria de Ensino da Região de Votuporanga, Edélcio Roosvelt Martins, contou que em Votuporanga funciona o projeto da Secretaria de Educação Estadual, chamado “Sistema de Proteção Escolar”, que trabalha a mediação dos conflitos dentro da sala de aula. Dentro deste projeto existe a figura do professor mediador. As escolas estaduais beneficiadas com este projeto na cidade são Uzenir Coelho Zeitune, Cícero Barbosa Lima Júnior, Esmeralda Sanches da Rocha, Enny Tereza Longo Fracaro, Doutor José Manoel Lobo, com previsão de que em breve, todas as escolas do município tenham o professor mediador.
Elídia Salustiano, gestora do “Sistema de Proteção Escolar” na diretoria regional de ensino, em Votuporanga, disse que a cartilha será trabalhada com a comunidade, chamando, inclusive, os pais para a escola. “Os reflexos dessa ação preventiva serão vistos na aprendizagem. Com esse problema de bullying não é possível cumprir a nossa função, que é ensinar. A violência está na sociedade e na escola, porque a escola é parte da sociedade, por isso, os educadores também precisam fazer algo para ajudar”, disse.
De acordo com a diretora do departamento de Educação Básica da Secretaria da Educação, Cultura e Turismo de Votuporanga, Luzia Aparecida Zirundi Figueira, a escola precisa eleger os seus valores. “A cartilha é um pequeno manual, muito significativo, que deixa claro o papel da família e da escola na definição dos valores”, ressaltou.
O material foi produzido pelo Ministério Público do Estado de São Paulo com a parceria da Prefeitura de Votuporanga.