Para os dois moradores, a Prefeitura deveria cercar o lote e derrubar as placas que ainda resguardam a área
Genilson mora ao lado do terreno e teme pela segurança
Karolline Bianconi
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“Virou motel”, disse o comerciante Edimar Amâncio de Barros, referente ao terreno que abrigava o antigo Centro Infantil Benedito Alves de Oliveira, em Simonsen.
Ele tem um bar na rua Aparecido D’Oeste, que fica em frente ao grande terreno. Hoje, o prédio está fechado, mas o quintal serve para que jovens usem droga e pratiquem relações sexuais à noite, principalmente nas escadas que eram arquibancadas do antigo campo de futebol.
“Não tem condições de passar a noite aqui. Você tem que fechar os olhos para não ser ‘atingido’ moralmente”, falou. Genilson Ananias do Amarante vive em Simonsen desde 1992 e conta que as coisas estão piores a cada dia. Ele mora ao lado do terreno e diz que está com a privacidade restrita, uma vez que até teme abrir a janela e ver uma cena desagradável. “Minha esposa não pode nem mais fazer isso porque às vezes tem homem urinando no terreno. É lamentável uma situação dessas”, disse.
Para os dois moradores, a Prefeitura deveria cercar o lote e derrubar as placas que ainda resguardam a área, pois à noite podem servir de esconderijo aos bandidos.
“Eu evito fechar meu bar muito tarde porque não sei o que existe por detrás do muro”, desabafou Edimar. O aposentado Melquíades do Nascimento, 63, mora em Simonsen há mais de 30 anos e, para ele, muita coisa deve mudar. Ele mostrou uma calçada feita para a passagem de pedestres na rua Rui Barbosa, em frente ao antigo mini-campo, recém feita e já destruída. A construção começou a rachar e a “levantar” do chão.
A dona de casa Tatiane dos Santos Raucci, 27, sempre morou no distrito. Para ela, não ter um local em que seu filho possa brincar a deixa muito triste. “A única opção que tem ou é o campinho ou a praça, mas criança quer mais. Também queríamos alguma distração para nós, adultos”.