Paulo Barros foi condenado a 1 ano e seis meses de reclusão, com direito de apelar em liberdade, por ter dado uma facada em colega
A vítima, Wagner Bueno, mostrou aos jurados a marca deixada pela facada
Karolline Bianconi
karol@acidadevotuporanga.com.br
Paulo Oney de Assunção Barros, 26 anos, foi condenado a 1 ano e seis meses de reclusão, a cumprir em regime inicial aberto, com direito de apelar em liberdade. Além disso, deverá indenizar a vítima em 10 salários mínimos, sem prejuízo na reparação da órbita civil.
Durante o processo, ele foi acusado pelo Ministério Público de ter tentado matar Wagner Bueno, na noite de 9 de junho de 2013. Segundo consta na denúncia, ambos eram colegas de trabalho e discutiram no apartamento onde moravam.
Após a briga, Barros sacou uma faca e aplicou um golpe no abdômen de Wagner, que ficou gravemente ferido. Ele foi preso em seguida pela Polícia Militar.
A sentença foi aplicada pelo juiz de Direito da Comarca de Votuporanga, Jorge Canil, no início da tarde de ontem.
No documento, a autoridade judiciária destaca que preenchidos os requisitos legais, concedeu por dois anos a suspensão da execução da pena corporal, fixadas as seguintes condições: comparecimento trimestral em cartório, para justificar suas atividades; não mudar de endereço sem prévia autorização judicial; e comprovar, na primeira metade do biênio, o pagamento à vítima da indenização arbitrada. Para finalizar, o juiz autorizou o alvará de soltura.
Em seu depoimento, a vítima contou que devido ao golpe precisou ficar afastado do trabalho por dois meses e que até hoje não pode fazer muitos esforços. Ele ainda negou que tenha desavença com Barros.
Para o juiz Canil, o condenado disse que não tinha intenção de matar a vítima e deseja reconstruir sua vida.
Segundo pena aplicada pelo juiz Jorge Canil, o Conselho de Sentença reconheceu a materialidade e a autoria, afastando a intenção de matar. Para o promotor Marcus Vinícius Seabra, a sentença aplicada estava de acordo com sua linha de acusação. “Foi somente um golpe. Claro que existem situações em que uma única facada mata uma pessoa, mas neste caso conseguimos mostrar que a intenção não era mesmo isso. Além disso, Barros também ficou no local e acionou ajuda”, falou. Seabra disse que não irá recorrer da pena.
O advogado Gésus Grecco, responsável pela defesa, disse que a sentença aplicada foi feita em um trabalho conjunto. “Todos entendemos que não houve intenção de matar, porque quem quer matar dá 10, 15, 50 facadas. O que aconteceu foi uma lesão corporal grave, a vítima ficou muito ferida e o autor do ato deverá responder conforme o que aconteceu”.