Casal de homossexuais confessou o crime à polícia; vítima foi morta com golpes de barra de ferro, asfixia e estrangulamento dentro de casa
JocianoGarofolo
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Votuporanga registrou ontem um caso de extrema violência, que teve como vítima uma idosa de 65 anos de idade. Ela foi brutalmente espancada e também estrangulada por dois rapazes, um casal homossexual, com quem dividia moradia. O crime teria acontecido na última terça-feira (6), mas foi esclarecido ontem, após o corpo ser encontrado dentro do imóvel e os dois se apresentarem à DIG (Delegacia de Investigações Gerais) e confessarem o crime.
Clarinda Fermino Maciel, de 65 anos, conhecida por “Margarete”, teria sido morta com golpes de barra de ferro na cabeça, asfixia por travesseiro e estrangulamento após uma discussão. Os autores, um rapaz de 21 e outro de 22 anos, habitavam na mesma casa que a vítima, na rua Presidente Dutra e, segundo as primeiras informações, teriam entrado em desacordo após a idosa ter demonstrado interesse por um deles. Após matar a vítima, os autores cortaram o cabelo dela, que era longo, a fim de vender.
O crime
Segundo o boletim de ocorrência, o crime aconteceu por volta das 13h30 de terça, dentro de um imóvel na rua Presidente Dutra, bairro São João. Os suspeitos Y.V.F.P., de 21 anos e N.H.F.B., a “Natiele”, que são namorados, compareceram de maneira espontânea na DIG, ontem, no início da tarde.
N.H.F.B. informou aos policiais que coabitava com a vítima há cerca de um mês e que ela estaria lhe assediando para que mantivessem relacionamento sexual, apesar de ter deixado claro que sua preferência era por homens. Ainda segundo a versão de “Natiele”, no último dia 6, logo após o almoço, ao entrar no quarto de Clarinda, teria ocorrido um novo assédio.
Para impedir a mulher, N.H.F.B. teria agarrado Clarinda pelo pescoço, aplicando-lhe uma gravata. A vítima, ainda segundo a versão do suspeito, teria começado a gritar que estava sendo estuprada e apanhado uma barra de ferro. O homossexual conseguiu, na versão dele, desarmar a idosa e, com a barra de ferro em mãos, desferiu um golpe contra a cabeça de Clarinda.
Ela ficou meia “zonza”, segundo o indiciado, e N.H.F.B. teria então aplicado outros golpes. A vítima caiu ao chão, momento em que Y.V.F.P. entrou no quarto e viu a vítima ainda gritando. Ele pulou sobre o corpo dela e colocou um travesseiro sobre a face da mulher, a fim de evitar que o barulho continuasse. A idosa, segundo o boletim de ocorrência, também teria sido vítima de estrangulamento.
Fingir latrocínio
Em seguida, segundo N.H.F.B., a fim de montar uma cena para que a polícia achasse que Clarinda teria sido vítima de um latrocínio, retirando desconfiança sobre eles, os namorados reviraram toda a casa. Já Y.V.F.P. declarou que, na realidade, reviraram a casa a fim de buscar valores, porém nada foi encontrado.
Detalhe macabro
Não encontrando nada de valor, a dupla teve uma ideia, no mínimo, macabra. Com uma tesoura, teriam cortado os cabelos da vítima, que eram longos, a fim de vendê-los em lojas especializadas. Y.V.F.P. teria ido trabalhar em seguida, enquanto “Natiele” teria ido para a cidade onde residem seus pais, Tabapuã, utilizando transporte coletivo.
Segundo N.H.F.B., a barra de ferro, a tesoura, luvas cirúrgicas utilizadas e os cabelos da vítima teriam sido colocados em uma sacola e dispensada do transporte coletivo, no trajeto entre Rio Preto e Catanduva.
O corpo de Clarinda foi encontrado ontem pelos policiais civis da DIG no quarto que seria dela, em meio a duas camas e sob um edredom, demonstrando ter ferimentos na cabeça, no pescoço e arranhões no peito.
O casal de namorados foi indiciado por homicídio qualificado por motivo fútil, à traição ou mediante recurso e feminicídio, por razões da condição de sexo feminino. Parentes da idosa viriam de Minas Gerais para cuidar do enterro da vítima.