Jonathan José Rodrigues, 28 anos, foi morto em confronto com a Polícia Militar, na rodovia Washington Luís
Veículo da Polícia Rodoviária Estadual, que foi atingido durante a perseguição e chegou a capotar
Mais uma pessoa foi baleada e morta durante confronto com a
polícia de Rio Preto. É a segunda morte do tipo no ano. E mais uma vez, surgiu
um conflito entre as polícias Militar, envolvida na ocorrência que terminou em
morte, e Civil em razão dos procedimentos técnicos que devem ser adotados após
o crime. O delegado de plantão, Guarnieri Parra, acusa os militares de
usurpação de função, já que não entregaram as armas usadas pelos policiais
envolvidos no homicídio. É o terceiro desentendimento deste tipo entre as duas
corporações, desde o começo do ano.
Jonathan José Rodrigues, 28 anos, foi morto em confronto com
a Polícia Militar, na madrugada de sexta-feira (2), na rodovia Washington Luís.
O homicídio aconteceu no trevo de acesso ao distrito de Engenheiro Schmitt, em
Rio Preto. De acordo com boletim de ocorrência, Jonathan, que é de Jaboticabal,
estava em um Corsa, acompanhado de mais um rapaz, que fugiu de uma blitz da
Operação Direção Segura, de fiscalização de embriaguez no volante, na avenida
Presidente Juscelino Kubitschek, próximo à praça da Braile Biomédica.
Segundo a PM, na fuga, um dos rapazes deu um tiro contra os
policiais e logo em seguida entraram na rodovia Washington Luís, em direção a
Catanduva. Durante a perseguição que mobilizou muitas viaturas, o carro
dirigido por Jonathan colidiu na traseira de uma viatura da Policia Rodoviária
Estadual, que fazia atendimento de um acidente na pista. A viatura chegou a
capotar, o que causou ferimentos nos dois policiais que estavam dentro do
veículo.
Depois de colidir contra a viatura, Jonathan perdeu o
controle da direção do Corsa e bateu contra uma defensa metálica. Ainda segundo
a versão policial, Jonathan teria saído do carro e atirado quatro vezes contra
os policiais, que revidaram com quatro tiros, sendo que duas balas atingiram o
tórax e um dos braços do jovem. No carro do suspeito, foram apreendidos um
revólver de calibre 38, parte de um tijolo de maconha, 51 pedras de crack, 42
pinos de cocaína e 32 comprimidos de ecstasy.
Sexta investigação contra a PM
Em um ano e meio, a Delegacia Seccional abriu seis
inquéritos para investigar a PM pelo crime de usurpação de função. “Existe uma
resolução da Secretaria de Segurança Pública que estabelece que a função de
investigar crimes envolvendo policiais militares é da Polícia Civil, e esta
norma está em vigor”, disse o delegado auxiliar da Seccional de Rio Preto
Alexandre Del Nero Arid. O promotor corregedor das polícias de Rio Preto, José
Márcio Rossetto Leite, já instaurou inquérito administrativo para apurar o caso
mais recente e aguarda a Secretaria de Segurança determinar quais as medidas
que serão adotadas para sanear o conflito.
A Polícia Militar respondeu por meio de nota que a conduta
foi adotada de forma correta. “A atuação da Polícia Militar na apuração de
crimes militares é amparada pela Constituição Federal, no parágrafo 4º do
artigo 144, abaixo transcrito: “Às polícias civis, dirigidas por delegados de
polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de
polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares”, diz
nota da PM.