Aldo Oliveira Alves, 30 anos, foi morto a facadas no dia 24 de março de 2017; DIG trabalha para solucionar o caso
Márcio Nosse é o delegado da DIG de Votuporanga responsável pelo Caso Aldo (Foto: Aline Ruiz/A Cidade)
Aline Ruiz
Prestes a completar oito meses, a investigação do crime de homicídio que tirou a vida de Aldo Oliveira Alves, de 30 anos, ainda caminha a passos lentos. A falta de recursos humanos, escassez de provas e testemunhas “ocultas” são um dos motivos que estão dificultando a conclusão do caso, registrado no dia 24 de março deste ano, na rua São Paulo esquina com a rua Piauí, em Votuporanga. Para o A Cidade, o delegado da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), Márcio Nosse, garantiu que a polícia está dando o seu máximo para concluir o caso que chocou a cidade.
O crime foi registrado por volta das 5h15 do dia 24 de março de 2017 e as investigações tiveram início logo em seguida. “Estávamos em uma operação pela cidade quando recebemos a notícia desse homicídio, foi aí que já começamos a investigar. Os policiais percorreram todo o caminho que o Aldo fez para colher imagens das câmeras de segurança”, explicou o delegado responsável pelo caso, Márcio Nosse.
Das imagens coletadas pela polícia, o delegado afirmou que apenas as da câmera de um restaurante da rua São Paulo são visíveis. “As outras são bem ruins e não conseguimos colher muitas informações delas. Já as outras imagens que são visíveis, todas as pessoas que viram pensam que está fácil para esclarecer, mas quem é que está sob aquele capacete e aquela roupa?”, questionou o delegado.
Dentro destes quase oito meses de investigações, mais de 20 pessoas já foram ouvidas. “Infelizmente temos um problema no crime de homicídio, o cidadão vai e mata uma pessoa, aí temos várias testemunhas, mas essas pessoas, normalmente, têm medo de depor, é isso que complica. Mas dentro de todos os recursos que temos para investigar, nós estamos dando o máximo para resolver o caso, temos muitas informações, mas precisamos de muitas outras”, revelou.
Suspeitos
Atualmente, a DIG já possui um suspeito de ter praticado o crime. “Ele foi preso temporariamente, aí venceram os 30 dias, mas não dei a investigação como concluída e pedi a prorrogação, porém, ela foi indeferida e o suspeito liberado. Mesmo assim, não consideramos ele inocente, o que precisamos agora é juntar provas para identificar o suspeito como sendo o autor do homicídio, já que acreditamos que ele esteja envolvido”, disse.
Outro problema apontado pelo delegado ainda é em relação às testemunhas. “Ouvimos várias testemunhas, mas isso ainda assim não é o suficiente. Muitas pessoas nos ligam e falam “foi tal pessoa que matou o Aldo”, e só isso, não entram em detalhes, desse jeito eu não posso prender ninguém, precisamos de provas concretas, muitas vezes também precisamos da autorização do poder judiciário para, por exemplo, entrar na casa de um segundo suspeito que temos, e, muitas vezes, essa autorização não é concedida, ou seja, não é tão simples assim solucionar um caso de homicídio”, salientou.
Outros crimes
O delegado da DIG lamentou ainda a falta de recursos humanos. “Os profissionais que temos hoje na delegacia não são o suficiente, porque não temos apenas o crime do Aldo para elucidar, temos um furto, um roubo, uma ameaça, enfim, são casos que para os outros podem parecer banais, mas para as vítimas não são, por isso precisamos cuidar de vários crimes ao mesmo tempo”, completou.
Dentre outras novidades sobre o caso do Aldo, o delegado apenas disse que muitos detalhes ainda não podem ser passados para não atrapalhar as investigações. “Não podemos perder o que já conseguimos até o momento, mas dentro de uma prestação de contas à sociedade, de acordo com os recursos que nós temos, nós estamos trabalhando sim e posso assegurar que nós estamos dando o nosso máximo”, finalizou.
Sobre o primeiro suspeito
O primeiro suspeito de ter cometido o crime contra Aldo foi preso no dia 30 de março e encaminhado para a cadeia pública de Guarani D’Oeste. Ele permaneceu na cadeia até o dia 28 de abril, quando foi solto após conseguir habeas corpus. A DIG, porém, não descartou o primeiro suspeito e ainda acredita que ele esteja envolvido no crime, segundo o delegado Márcio Nosse, que também investiga um segundo suspeito de participar do crime. Ele estaria de moto aguardando o agressor que desferiu golpes de faca na vítima.