Os números de apreensão de drogas, bem como prisões por tráfico, têm disparado no município neste ano; os dados são da DISE
Esses são os locais onde a prática do crime predomina (Foto: Arte/A Cidade)
Aline Ruiz
Três bairros de Votuporanga são os que “dominam” o tráfico de entorpecentes na cidade. O A Cidade fez um levantamento junto ao delegado responsável pela DISE (Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes) do município, Dr. Antônio Marques do Nascimento, e chegou aos seguintes destinos: Matarazzo, Pró-Povo e Ipiranga. Esses são os locais onde a prática do crime predomina. Neste ano, já foram apreendidas aproximadamente 81 kg de drogas, entre maconha, cocaína, crack e haxixe.
Em conversa com o A Cidade, o delegado da DISE, Dr. Antônio Marques do Nascimento, falou que em Votuporanga existem vários pontos de drogas, bem como bocas de fumo. “Existem várias bocas de fumo pela cidade, já os pontos de drogas existem três mais comuns, que são os do Matarazzo, Pró-Povo e Ipiranga, lá são os locais que mais saem ocorrências do tipo”, disse.
O delegado também destacou o aumento de adolescentes que praticam o tráfico de drogas. “Como a Justiça é falha, isso encoraja as crianças e os adolescentes. Eles, inclusive, são muito usados pelos traficantes para assumir a posse de drogas, isso é muito comum aqui. Só que eles não fazem nada de graça, eles ganham para isso, e como não são presos, eles não têm nada a perder”, disse.
Somente neste ano, entre janeiro e outubro, foram apreendidos 104 adolescentes pelo crime de tráfico de drogas. Já os números de prisões somaram 111 em 2017. Sobre isso, o delegado comentou a respeito da impunidade. “Antigamente, o juiz aplicava a pena como manda a lei, hoje ele entende que o crime de tráfico não é mais hediondo. Então quem julga, entende que não é e acaba soltando. E mesmo quando a pessoa é presa, ela continua traficando de dentro da cadeia”, completou.
Maiores apreensões
Março deste ano foi o mês onde mais drogas foram apreendidas pelos policiais militares e investigadores da DISE. Foram mais de 15 kg de maconha somente em um mês. Apreensão de cocaína também foi maior no mês de março, foi quase 1 kg da droga apreendida. Já no mês anterior, em fevereiro, o crack predominou, foi quase 1 kg de pedra.
Legalização da maconha
Segundo os dados apresentados pela DISE, a maconha é a droga mais con-sumida em Votuporanga. Para o delegado (foto), a “popularidade” é devido ao preço, que é mais em conta para a população. Somente neste ano, foram quase 38 kg da droga apreendida, já no ano passado foram 500 kg.
Sobre a legalização da maconha, o delegado questiona. “Quem falou que usar maconha é ilegal? Quando o usuário é pego fumando é estipulado uma pena de prestação de serviço para a comunidade, por exemplo, mas aí essa pessoa não faz o que foi pedido, sabe o que acontece com ela? Nada. Então falam que é crime fumar maconha, mas é um crime sem pena”, completou.
Os jovens, segundo o delegado, brigam pela legalização em vão. “Do que adianta proibir o uso se quando o usuário é pego não tem consequência? A legalização seria para a comercialização, o que na minha opinião geraria mais e mais brigas, porém seria entre os comerciantes de farmácias, por exemplo, e os traficantes, os crimes aumentariam, tudo iria piorar, essa é a minha opinião sobre a legalização”, pontuou.
Força Tática e ROCAM
O delegado da DISE falou ainda sobre o trabalho de patrulhamento realizado pela equipe da Força Tática e ROCAM (Ronda Ostensiva Com Apoio de Motocicletas) da Polícia Militar de Votuporanga. Para ele, o trabalho de prevenção é essencial. “A DISE cuida mais da parte de investigação, eles já fazem o patrulhamento pelas ruas da cidade, é uma forma de prevenção contra o crime de tráfico de drogas”, finalizou.