Mais uma vez estamos aqui para falar dos problemas de sobrevivências de pequenas empresas. Hoje eu quero dedicar meu texto a meu primo Chico de Uberlândia que sempre os lê e me manda mensagens de incentivo, e também ao especial amigo e competente profissional da odontologia mais conhecido como Barbosa. Este eu tenho a honra de encontrá-lo quase todas as manhãs quando um grupo de amigos se reúne para um cafezinho. Como temos dito aqui os pequenos empresários quando se dispõem a entrar no mundo dos negócios nem sempre estão devidamente munidos do preparo necessário, tanto econômico quanto psicológico. Mal sabem eles que as empresas possuem mecanismos de sobrevivência de aplicação diária, entre eles a movimentação do dinheiro. A maioria dos empresários quando o dinheiro do caixa toma volume ele imagina que o lucro que imaginou ter estaria ali exposto, o que na verdade foi um fluxo de recebimentos em volume maior que o de pagamentos. O dinheiro que ali está pertence a um ou mais de seus fornecedores aguardando o momento exato de sua transferência. Outro fator importante, a margem de lucro deve sobrepor os custos, o que na verdade, dificilmente ele sabe o que é um e o que é o outro.
Ele imagina que vender pelo dobro do preço uma mercadoria qualquer é regra para entender que todas as demais mercadorias também assim estariam sendo vendidas. Relatou meu primo Chico, em uma de suas observações o relacionamento com a clientela, uma das mais importantes peças de sucesso de uma empresa. Verdade, Chico. O cliente é teoricamente um ‘fundo de comércio’, também denominado na linguagem americana de ‘goodwill’. Isso quer dizer que embora não esteja inserido no Balanço Patrimonial da empresa é um bem denominado categoricamente de ‘intangível e não corpóreo’, porque é de expressivo valor uma empresa que tenha uma clientela fiel e totalmente cadastrada.
Mais uma vez vou relatar um fato vivido no meu dia a dia. Certa ocasião eu fui a uma empresa da cidade para aplicar solda em uma bijuteria que havia adquirido numa grande rede de shopping na Espanha. Até achei valoroso a resposta da funcionária que me disse: “vou consertá-la sim para o senhor”. Logo em seguida me disse que demoraria um pouquinho porque o reparo não seria ali no local. Sem problemas, eu disse. Observando desocupadas as duas funcionárias, resolvi fazer uma observação para poder entender qual seria a reação diante da minha pergunta. Posso te perguntar uma coisa? Claro, disse ela. Se chegasse aqui um cliente e comprasse dez mil reais das mercadorias que vende o que você faria? Antes que eu terminasse a pergunta ela com um sorriso aberto no rosto me disse: “nossa!!! Eu ficaria super feliz, eu adoraria”. Fiz outra pergunta em seguida: Se ao sair esse cliente entrasse um cidadão com roupa de trabalho braçal e lhe dissesse que aqui esteve semana passada com sua esposa para ver uma pulseira de oitenta reais e ela ficou com imensa vontade que ele a comprasse já que o aniversário dela era no próximo domingo.
Em seguida esse cidadão lhe perguntou se você venderia para ele pagar na próxima semana, data que ele receberia seus salários na empresa, você venderia? Claro que venderia, disse ela. E continuou falando, eu faria uma ficha para ele com todos os seus dados pessoais, endereço, telefone, empresa onde trabalha, salário que ganha, data de aniversário dele, já que eu poderia convidá-lo para uma nova compra, e assim por diante. Caso eu precisasse contatá-lo eu teria os elementos necessários. Então, observei, e o que você fez de registro para o outro cidadão que te comprou dez mil reais? Nada? Nem o levou à porta para agradecê-lo! É uma falha muito significativa não manter registros de potenciais compradores. A este seria oportuno ligar e avisar que novos produtos foram lançados, já estão na loja, e têm o perfil do seu consumo. Venha nos visitar novamente, seria um prazer tê-lo aqui conosco. Percebe a falha, amigo leitor? A funcionária tem culpa da falta de habilidade? Claro que não. Isso é tarefa de empresário que queira vencer em qualquer ramo de negócios. Pensemos nisso.