Roger Alves
A pergunta em forma de provocação que dá nome a esse artigo é para muitos uma verdade universal! Para muitas pessoas adeptas do treino resistido, ou musculação, a principal, ou talvez a única variável a ser considerada é a carga utilizada, de tal forma que quanto mais peso, mais resultado.
Em primeiro lugar é necessário esclarecer que o treinamento resistido é composto por inúmeras variáveis, que por sua vez irão dar a forma e a qualidade a seus treinos.
Dentre elas estão: frequência, tempo de intervalo entre as séries, número de séries e repetições, amplitude de movimento, e, por fim, a carga. Quando buscamos hipertrofia máxima do tecido muscular, é importante entendermos que esse processo acontece através de micro lesões em nossos músculos, e isso não está necessariamente, ou unicamente ligado a carga elevada.
Estudos apontam que a faixa adequada para a hipertrofia acontece em torno de 70% a 85% da carga máxima que cada um pode levantar em cada exercício, ou grupo muscular, com uma faixa de repetições que varia de 12 a 15.
Além disso, a intensidade do treino passa por variáveis como o tempo de intervalo, quanto menor o tempo de descanso entre as séries, mais intenso o treino se torna, uma vez que o músculo em questão não se recuperou totalmente. Hoje recomenda-se intervalos inferiores a 40 segundos, salvo exceções, como populações especiais, cardiopatas, ou atletas de modalidades especificas como o levantamento de peso.
A quantidade de exercícios realizados para cada grupo muscular, assim como o número de séries e a frequência semanal são fatores determinantes para seus resultados. Alunos iniciantes e intermediários têm como recomendação uma quantidade menor de exercícios, podendo haver a repetição dos treinos, de forma a trabalhar o mesmo grupo muscular em torno de 2 vezes na semana, exemplo disso é uma divisão A, B, C, onde o aluno poderá repetir cada treino duas vezes, treinando de segunda a sábado.
Alunos mais avançados podem ter um volume de treino maior, podendo assim exigir mais de seu corpo, porém respeitando um tempo maior de intervalo, com uma divisão que permita isso, como por exemplo um grupo muscular por dia A, B, C, D, E, de tal forma que o grupo treinando tenha quase uma semana para recuperar-se.
Não podemos esquecer da amplitude, talvez a mais negligenciada de todas as variáveis. Em função de uma carga alta, e uma técnica ruim, muitos praticantes fazem movimentos extremamente curtos, de tal forma a não conseguirem alongar as fibras musculares, prejudicando assim o processo de micro lesões.
A carga, por sua vez, faz parte do treinamento, mas deve ser administrada com cuidado, respeitando os limites de cada um, sendo que seu abuso é o principal motivo para lesões graves, que afastam o praticante das salas de musculação, além de comprometer os resultados esperados através dos treinos.
A carga deve ser aumentada de forma gradativa, de acordo com sua evolução, sendo uma forma de não permitir a estagnação nos seus resultados, porém não é a única.
*Roger Alves – Personal Trainer – CREF 124251 G/SP