Os efeitos da suposta terceira revolução industrial, concomitante com a Globalização, são nocivos exatamente para as sociedades que já se demonstravam frágeis antes de todas as tais revoluções. Faço um recorte de trabalho existente sobre o tema na rede mundial de computadores, uma das forças intervenientes na globalização:
“Nota-se ainda que a globalização não é um processo homogêneo e não incorpora todos os territórios da mesma forma e intensidade em suas mais diferentes dimensões — econômica, cultural ou informacional. Nesse sentido, há um reforço das desigualdades socioeconômicas e o aprofundamento de problemas como a concentração de renda, a pobreza e o desemprego, por exemplo.
Podemos concluir que a globalização agiu na direção de ampliar as desigualdades em todo planeta. Mas, os interesses meramente comerciais são os que definem a persistência da ação.
Além disso, culturas já antes em uma posição hegemônica, que são aquelas dos países desenvolvidos, obtêm maior alcance, o que conduz a um processo de homogeneização cultural e menor protagonismo de costumes e tradições locais.”
E agora, uma das potências mundiais faz movimentos na direção de reorganizar o mundo segundo a ótica exclusiva deste denominado “player”, centrando suas ações no aspecto meramente econômico.
Em outra direção, não menos relevante, quando acesso a alguns canais da TV fechada ou aberta e redes sociais de toda ordem, recebo pedidos para contribuir com causas de combate à fome, doenças e garantia da vida de povos sujeitos ao processo de extinção deliberada ou provocada por decisões unilaterais entre os poderosos. Destinam recursos financeiros para a ampliação do acervo bélico (incluindo as armas nucleares e, quem sabe, químicas) e abandonam causas que salvariam da morte um sem número de pessoas que, com investimentos muito inferiores teriam, sem dúvida, no e promissor destino.
Globalizamos as doenças para os mais docentes, a fome para os já mais famintos e ampliados a mortalidade infantil. Aprendemos a socializar mazelas em todos os possíveis campos de intervenção irresponsável e maléfica.
Em meio a esta deliberada e criminosa atitude, temos líderes que para permanecerem no poder dizimam seu próprio povo com a alegação de que são “perniciosos” ao regime político que insistem em justificar com argumentos falaciosos.
Infelizmente, o que podemos concluir é que a humanidade em vigor sequer se aproxima da definição encontrada para o termo.
O significado da humanidade vai além de simplesmente ser um ser humano. Está relacionado com a nossa capacidade de empatia, compaixão, solidariedade e respeito pelo próximo. Ser humano é ser capaz de se colocar no lugar do outro, entender suas necessidades e lutar por um mundo mais justo e igualitário.
E, apenas a título de contribuição, trazemos o conceito da antropologia social que é a ALTERIDADE:
Alteridade é uma palavra que deriva do latim “alter”, que significa “outro”. Em sua essência, a alteridade refere-se à capacidade de reconhecer e respeitar a existência do outro, seja ele uma pessoa, um grupo social, uma cultura ou uma ideia. Essa capacidade é fundamental para a construção de relações saudáveis e para uma convivência pacífica entre os indivíduos.
Ouso agregar o respeito integral aos espaços, “locus”, que cada sociedade se estabelece e desenvolve suas convivências. Desejar ou exigir que os outros sigam sua concepção é, sem dúvida, a ausência da alteridade no olhar para os semelhantes humanos.