Psiquiatra José Rubens Naime aponta que compulsão por compras, refrigerantes e café, podem ser indícios de dependência
Karolline Bianconi
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O psiquiatra José Rubens Naime esteve ontem no Conseg (Conselho Comunitário de Segurança)/Centro. Ele ministrou palestra sobre as consequências do uso de álcool e drogas na vida do adolescente.
Explicou que a dependência não está voltada somente para o uso de drogas e álcool. Pelo contrário, quem faz o uso constante de um medicamento, não abrir mão de comer doces todo dia, beber muito café e refrigerante de uma marca específica, fazer compras, estar nas redes sociais, entre outras, pode precisar de ajuda. “Não é um prazer direto como as drogas ilícitas causam. É uma satisfação mais física do que emocional”, falou.
Recentemente, na novela Salve Jorge, a personagem da atriz Giovana Antonelli, a dona Helô, tem vício por compras. Mesmo estando ciente de que não precisa de roupa, sapato ou outro material, ela adquire, pelo “prazer” de ter algo novo.
Mesmo este tipo de comportamento despertar nas pessoas a procura por um especialista, as que mais preocupam a sociedade é o uso das drogas ilícitas (maconha, cocaína, crack, êxtase, entre outros). Estas são classificadas por fazerem com que a pessoa torne-se dependente, oferecendo prazer e satisfação, além de aumentar a energia e a capacidade sexual.
Movimentos para legalização
Muito já se foi falado em legalizar (ou seja, liberar) o uso da maconha. Já existiram no Brasil passeatas e protestos para a respectiva ação. Naime mostrou-se contra , uma vez que deve ser pensando no futuro. “Teremos, dentro de anos, médicos, professores, políticos, comerciantes com um cérebro prejudicado pela maconha? Não. Precisamos ter pessoas inteligentes, que saibam pensar”, disse. Comentou que na Inglaterra, por exemplo, o uso da maconha é permitido para amenizar dores, como pacientes com câncer e aqueles que estão em fase terminal.
O médico falou que a maconha é a entrada para outras drogas. “Hoje, as pessoas vivem em um mundo competitivo. Jovens que começam suas carreiras profissionais, que lutam para se estabilizar no mercado, sentem grande insegurança. Alguns pensam que para ficar mais espertos, precisam usar drogas. E começam pela maconha. Com o passar do tempo, o vício aumenta, a ponto de até morrerem por overdose”, comentou. Citou que crack, após o terceiro uso, a pessoa torna-se dependente, devido às conseqüências que a droga causa.