Osvaldo Carvalho e Jura afirmaram que algumas famílias recebem aluguel de maneira integral e outras R$ 200
Andressa Aoki
andressa@acidadevotuporanga.com.br
O desfavelamento no bairro São Cosme foi a tônica de dois pronunciamentos na Câmara Municipal, na segunda-feira. Os vereadores Osvaldo Carvalho e Jurandir Benedito da Silva (Jura) utilizaram a tribuna para reclamar do atraso nas obras de desfavelamento. A principal bronca dos legisladores é com relação ao valor de auxílio-moradia que está sendo pago de maneira desigual pela Prefeitura.
Osvaldo falou de uma reunião realizada no último sábado, com a participação de Jura e do também vereador Walter dos Santos. Ele ressaltou que a quantia diferenciada do benefício tem gerado críticas. “Tem famílias recebendo ajuda de custo de R$ 200 e vão retirar seus cheques junto ao Executivo, enquanto outras têm pagamento de 100% em contrato assinado e as famílias nem aparecem na Prefeitura. É uma diferença, uma desigualdade muito grande”, ressaltou.
O vereador disse ainda que algumas famílias dividem casas com outros cidadãos há mais de um ano, a espera da nova moradia, fruto do desfavelamento. “Registramos, a indignação, o desrespeito daqueles que recebem ajuda de custo de R$200 e tem que completar com mais R$ 400, R$ 500 dependendo do valor combinado”, contou.
Ele lembrou ainda do programa do prefeito Junior Marão na campanha eleitoral dizia que “Votuporanga não tem mais favela”. Para Osvaldo, a afirmação é uma mentira. “As famílias estão juntadas, desrespeitadas, problemas ainda existem no Matarazzo, na escola Esmeralda e outros setores. Do jeito que está o andamento das obras, um ano e meio é muito pouco para realização e construção das casas. O que mais nos preocupa é que tivemos aumento do IPTU (o único a votar contra ao projeto de correção do imposto foi Osvaldo) de 40% até 100% e ainda faltam recursos para tocar as obras., Quantas obras paradas temos em Votuporanga? Podemos citar a Casa do Produtor Rural, a Praça do São João e o mais sério e que vamos lutar. Já tenho abaixo-assinado para que as famílias sejam contempladas com o mais breve possível”, enfatizou.
“Barraco de favela custa mais que R$ 200”
Jura também fez um pronunciamento ríspido. Para ele, o valor de R$ 200 para auxílio-moradia é uma vergonha. “Já questionei esta quantia quando não era vereador. Este dinheiro não é nada para pagar o aluguel de uma cidade que está inflacionada, porque está indo bem mas tem um grupo que domina a estrutura financeira de Votuporanga na área de habitação. Barraco na favela é mais que isso”, afirmou.
O vereador pediu que o prefeito coloque sua equipe para trabalhar. “O senhor (Junior Marão) tem condição de fazer acontecer. Ponha a sua turma para trabalhar. É uma injustiça, uma família receber integral. Essas pessoas não precisam nem ir na Prefeitura pegar o cheque, em compensação o coitado tem que deixar o emprego para ir na Prefeitura pegar o cheque de R$ 200”, complementou.
Ele disse ainda que disponibilizará um documento que será assinado pelos vereadores pedindo que Marão se sensibilize e pague o aluguel integral para todos, “porque isso é descriminação, injustiça, é tratar famílias iguais de forma diferente. E vou dizer mais: isso é ilegal, se paga uma família integral que tem uma condição difícil e paga outra superficial eu acho que tem fundamento legal para questionar”, resssaltou.
Jura fez insinuação de que alguém da Prefeitura não está trabalhando de maneira correta. “Prefeito, cuide bem da sua equipe. Tem muita gente pendurada na Prefeitura, batendo papo por ai e não estão trabalhando. Prefeito, descubra e coloque este povo para trabalhar.Se trabalhar, as coisas boas acontecerão!”, enfatizou.