Até o momento, são 495 cães reagentes e 9 casos humanos, entre eles crianças menores de um ano e dois adolescentes
O veterinário Elcio Sanches Esteves Júnior, do Secez, falou sobre a doença
Andressa Aoki
andressa@acidadevotuporanga.com.br
A leishmaniose em Votuporanga preocupa as autoridades de saúde. Neste mês, foram confirmados dois casos em crianças com menos de um ano e outros dois em adolescentes (um de 14 outro de 16).
Até o momento, são 495 cães reagentes e 9 casos humanos. As informações são do médico veterinário Elcio Sanches Esteves Júnior, do Secez (Setor de Controle de Endemias e Zoonoses).
Ele explicou para o jornal A Cidade que a situação da doença no município requer cuidados. “Somos considerados um município de transmissão intensa pelo Ministério da Saúde. A leishmaniose não está controlada. O Poder Público vem realizando todas as ações. Gostaríamos de contar com o apoio e consciência da população nas ações de controle da doença, para amenizar os danos que a doença traz ao município”, ressaltou.
E uma das colaborações da comunidade é com relação ao manejo ambiental. Elcio enfatizou a atividade. “Dentro de um conjunto de ações, é a mais importante. Se a doença cresce e se mantém significa que o ambiente está doente, só o controle do meio irá controlar a multiplicação do vetor, que é o transmissor da doença aos homens e animais”,afirmou.
Os moradores devem ficar de olho nas matérias orgânicas em decomposição (esterco, fezes, folhas, galhos, principalmente frutos por se decomporem rapidamente) em situação de leve umidade.
Retirada de galinhas dos quintais
O veterinário falou da relação das galinhas com a doença. “Em uma pesquisa realizada no Estado da Bahia, com 1800 crianças doentes, foi relacionado que a presença de aves e porcos nas casas aumenta o risco em dois a quatro vezes. Já em pesquisa realizada em Araçatuba, nos anos 1998/1999/2000, as galinhas foram relacionadas em 3º lugar no hábito alimentar do mosquito, sendo que servem de alimento para o vetor, além de suas fezes servirem de criatório para seus ovos”, explicou.
Ele orientou a limpeza correta dos quintais. “É preciso retirar a matéria orgânica (folhas, fezes, frutos, galhos, esterco do quintal) principalmente em áreas sombreadas e úmidas, locais aonde incida o sol grande parte do dia e não haja acumulo de folhas, frutos, etc , não representam tanto perigo”, disse.
O Secez já realizou sete arrastões, com 1.360 toneladas recolhidas, sendo que deste total somente 44 toneladas eram de lixo orgânico. “A população deve utilizar o serviço de modo correto - retirando matéria orgânica do quintal; e não se livrando de materiais inservíveis. Os locais dos arrastões são definidos por nota técnica que indica o controle químico em um raio de 200 metros em torno dos casos humanos reagentes a leishmaniose”, ressaltou.
Os arrastões já percorreram os bairros Vila América, Santa Eliza, Bandeirantes, São João, Pozzobon, Friozi,Pro-povo, Mastrocola e Colinas.