Durante reunião no Conseg, delegado orienta colegas de profissão a deixarem “pedestal” e serem mais amigos da população
Karolline Bianconi
karol@acidadevotuporanga.com.br
O delegado Ali Hassan Wanssa esteve ontem no Conseg (Conselho Comunitário de Segurança). Ele responde pela cadeia de Votuporanga, Álvares Florence, plantões policiais e está à frente do Necrim (Núcleo Especial Criminal). Dr. Ali esteve ntem no Conseg (Conselho Comunitário de Segurança).
A autoridade policial, que já possui 32 anos de carreira e já esteve à frente de vários casos de repercussão pela DIG (Delegacia de Investigações Gerais), não poupou opiniões e foi direto ao assunto: deseja que delegados “desçam do pedestal” e ouçam mais o povo, além de pedir que promotores e juízes sejam mais acessíveis para quem os procurar no Fórum.
Ele disse que a Polícia Civil deve estar cada vez mais perto da comunidade, pois, assim, poderá até descobrir novas fontes para se chegar a autoria de um crime. “A polícia tem que ganhar o povo, quebrar o pensamento de que é inimigo dele. Se o delegado deve prender, que prenda o bandido, porque a nossa função é essa, mas não vamos menosprezar ninguém. Muitos casos que aconteceram nesta cidade, inclusive no Pozzobon, eu sei a autoria. Indiquei para a pessoa, mas até agora não prenderam”, disparou.
Para ele, a Polícia Civil caminha a passos largos e pode até correr o risco de um dia não existir mais. “Antigamente tinham 12 funcionários na minha equipe, hoje são apenas 6. Os serviços aumentam, é cobrança de todos os lados”, destacou.
Sobre a greve da Polícia Civil, chamada de “Operação Blecaute”, ele mostrou-se contra. “Já fui favorável à greve, mas cheguei a uma conclusão: de nada adianta, pois o governo não reconhece e quando a Civil paralisa, quem perde com tudo isso é a população”, disse.
Wanssa é a favor da unificação das polícias Militar e Civil, principalmente para agilizar os trabalhos. Porém, opina que o entrave maior vem da própria PM. “Existe muitos cargos dentro da corporação, como capitão, major, tenente, sub-tenente, sargento, etc. Precisa de tudo isso? Mas se isso acontecesse, muitas pessoas iriam perder suas cadeiras, não daria certo nunca”, disse. Com a unificação, segundo Ali, aumentaria o efetivo. “É melhor fazer o que falta do que ter que sobrar”, explicou.