Resolução do Contran exige que o aluno faça as aulas nos aparelhos antes de ir para a prática; medida visa dar maior segurança
Karolline Bianconi
karol@acidadevotuporanga.com.br
O Centro de Formação de Condutores (CFC) recebe no próximo dia 30 dois simuladores de direção. Como o próprio nome já informa, os aparelhos têm como finalidade que o aluno conheça como é dirigir um carro para poder tirar sua CNH (Carteira Nacional de Habilitação).
Rodrigo Flávio Pereira, proprietário de uma autoescolas, contou que os aparelhos custam R$ 39.780 cada. Ambos atenderão todos os clientes das auto-escolas da cidade.
Com a exigência das aulas no simulador, o aluno terá de 15 a 20 dias a mais para terminar as aulas teóricas. “Creio que num total, serão até três meses para receber a CNH, se tudo correr normalmente”, destacou.
Para ele, a iniciativa é válida. “Muitos têm dúvidas e medo antes de dirigir um veículo e com o simulador, poderão ver de perto a realidade da direção. Lá eles aprenderão cada função que têm no painel, como para-brisas, as luzes, as setas, além de poder simular a direção. Resumindo: a pessoa se familiarizará com o dirigir”, explicou.
No total serão cinco aulas em um simulador de direção instalado nas autoescolas. A nova regra começou a valer no começo deste ano no País e elevará em até 20% o valor gasto na emissão do documento
Definida por resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), a norma é válida apenas para a categoria B (habilitação para automóvel).
As aulas, de 30 minutos cada, devem ser feitas obrigatoriamente antes do início da parte prática. As atividades no simulador não diminuem o número mínimo de aulas práticas exigidas: 20 aulas de 50 minutos.
As aulas simuladas também não têm caráter eliminatório.
A cada aula, o aluno vê o nível de dificuldade aumentar. A simulação começa com conceitos básicos e vai incorporando situações de adversidade, como trafegar em vias de grande movimento, em pista escorregadia ou sob neblina intensa.
A prática provocou uma demanda maior no fim do ano para a instalação dos aparelhos e sobrecarregou as quatro empresas habilitadas para fornecer os equipamentos. Muitos CFCs ainda aguardam a chegada do simulador. Segundo as empresas fornecedoras, os prazos estão sendo cumpridos.
O custo médio de um aparelho é de R$ 40 mil, mas é possível obter o simulador por comodato. Em todos os casos, o custo é repassado para o consumidor. As autoescolas não são obrigadas a ter a máquina e podem dividir o equipamento com outras empresas. A manutenção varia de mensalidades de R$ 750 a R$ 1.750 ou taxas de R$ 4 a R$ 15 por aula.
Com esse custo, as autoescolas preveem que o preço médio da aula simulada seja de R$ 40, acima do que é pago pela prática, entre R$ 30 e R$ 35.